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Texto 1 a favor- Entre aplausos e acusações de ilegalidade e racismo reverso, as reações afloradas ao anúncio de um programa de trainee do Magazine Luiza exclusivo para candidatos negros jogaram luz a uma distorção ainda predominante nas relações de trabalho no Brasil. Cercada de polêmica, a iniciativa cumpre um papel social importante ao proporcionar oportunidade de carreira executiva a uma parcela expressiva da população que não costuma se ver sentada na cadeira do chefe.
Basta olhar ao redor para notar que a quantidade de pretos e pardos em cargos de chefia ou liderança, nas esferas pública e privada, é ínfima e desproporcional à sua representatividade populacional. É até compreensível, de certa maneira, a visão de quem acusa o programa de ser segregador. De fato, no mundo ideal, onde a cor de pele não fosse motivo de discriminação e todos, indistintamente, tivessem acesso às mesmas oportunidades de estudo e trabalho, isso não seria necessário. Mas esse mundo não existe ainda.
Instituição de cotas ou ações voltadas a grupos historicamente recriminados são necessárias enquanto essa igualdade não se tornar realidade — e a própria Constituição, no artigo 170, estabelece que a redução das desigualdades sociais é um dos princípios que devem reger a atividade econômica. São medidas por ora paliativas, bem-vindas, mas que também não podem por si só sustentar políticas de inclusão. É preciso ir na raiz do problema.
Exemplos de pessoas de origem humilde que venceram na vida por esforço e mérito próprios, driblando a ausência do Estado e contrariando as probabilidades, são inspiradores e merecem ser compartilhados. Mas eles são exceção, não regra. "É só querer" é um argumento simplório e fácil de derrubar quando as condições impostas não jogam a favor.
Superar o racismo estrutural passa por medidas que podem levar anos para provocar resultados efetivos. As gerações do presente, no entanto, têm pressa e não podem ser vítimas do tempo. Dar a elas oportunidades como essas não é "lacrar", mas pagar pelo menos parte de uma dívida histórica.
Texto 2 contra- A iniciativa da rede de lojas Magazine Luiza de promover o seu primeiro programa de trainee voltado exclusivamente para o recrutamento de pessoas negras provocou intenso debate público e acabou respingando no Poder Judiciário, mas especificamente na Justiça do Trabalho. Segundo a maioria dos especialistas ouvidos pela Conjur, a ação não é constitucional e pode ser enquadrada na Lei contra o Racismo. Me declaro contra a essa iniciativa, pois promove baixo rendimento quanto a população negra e desrespeita os mesmos.
Ao comentar a notícia divulgada pela rede varejista, a juíza Ana Luiza Fischer Teixeira de Souza Mendonça, afirmou que o processo é inadmissível. "Discriminação na contratação em razão da cor da pele: inadmissível", escreveu nas redes sociais. Depois questionou a constitucionalidade programa de trainees da companhia. "Na minha Constituição, isso ainda é proibido", completou ao responder um comentário feito na publicação original.
As declarações da juíza provocaram uma onda de reações contrárias. Em entrevista à rádio CBN, a presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Noêmia Aparecida Garcia Porto, afirmou que a declaração gerou incômodo na categoria. "A fala da colega vai na contramão de tudo que a Justiça do Trabalho tem feito até aqui", afirmou.
A declaração da presidente da Anamatra foi rebatida pelo representante da Associação Brasileira dos Magistrados do Trabalho, Otávio Calvet, que assinou nota em apoio a juíza Ana Luiza. "Não há qualquer debate público ou consenso entre os milhares de magistrados do trabalho sobre tão novo assunto, sequer havendo notícia de judicialização da matéria nos nossos tribunais. Ademais, a Anamatra não possui mandato para expressar a opinião da categoria sobre temas jurídicos. A manifestação infeliz reflete apenas o entendimento pessoal da emissora ou, no máximo, da diretoria de referida associação", diz trecho da manifestação.
Espero ter ajudado!!