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Resposta:
O conceito de normalidade dispõe-se à compreensão de acordo com o entendimento e formação cultural daquele que o conceitue (VARGAS, 1990, p. 25). Existe, portanto uma controvérsia naquilo que seja normal. Casos extremos, cujas patologias mentais são evidentes, isto é, o delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico, não é problemático (DALGALARRONDO, 2000, p.25-27). Entretanto, a Psiquiatria não se resume somente nos casos onde existem riquezas sintomatológicas; há casos, em sua grande maioria, onde os limites de normalidade e patológico se tornam difíceis de ser identificados ou fáceis de ser confundidos. A questão é diferenciar e identificar o que é normal, anormal e patológico.
A normalidade é um estado padrão, normal; é aquilo considerado correto, justo sob algum ponto-de-vista (WIKIPEDIA, 2010a). Sob determinada égide social, cultural é normal tudo que esteja conforme uma regra, mesmo que seu valor seja apenas presumido. É necessário, entretanto, um estabelecimento de padrão, de valor ético ou moral, ou ausência de doença.
A anormalidade do ponto de vista psiquiátrico é de tamanha gravidade que a sociedade e a ordem jurídica consideram o portador de um transtorno mental como irresponsável (parcial ou total), deste modo sujeito ao que preceitua o art. 1767 do Código Civil Brasileiro (2004, p. 1311): “As pessoas absolutamente incapazes serão representada pelos pais, tutores ou curadores em todos os atos jurídicos; as relativamente incapazes, pelas pessoas e nos atos que este código determina”.
O sujeito considerado anormal psiquicamente perde o direito de responder por seus atos e compromete às vezes de maneira irreversível a sua capacidade laborativa, a saber, a aptidão para assumir e atender adequadamente a demandas laboriais justas; sendo assim, admite-se que a capacidade laborativa esteja voltada para a geração de patrimônio e na doença mental o patrimônio psicológico está comprometido. A identificação de anormalidade também se relaciona com a perda da liberdade. Liberdade de pensar, liberdade de decidir, liberdade de ir e vir. Pressupõe-se nessas situações que o indicativo de anormalidade esteja relacionado com o patológico, pois somente o processo mórbido seria capaz de limitar tão severamente o sujeito.