• Matéria: ENEM
  • Autor: carloseduard888
  • Perguntado 5 anos atrás

Antiode

Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-Virtude – em disfarçados urinóis).
Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.
Flor é o salto
da ave para o voo:
o saltofora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição Rio de Janeiro Nova Fronteira, 1997 (fragmento)

A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de

a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados.
b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.
c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética.
d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial.
e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.

Respostas

respondido por: marcelagoncaves4
1

Resposta:

Alternativa Correta: A) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados.

Explicação:

a) CORRETA. A palavra “flor” é repetida diversas vezes e de forma comparativa com outros elementos presentes no poema: “Flor é a palavra”, “Flor é o salto da ave”, entre outras.

b) ERRADA. Há apenas uma referência feita ao urinol, o que não é suficiente para dizer que o poema propõe a sua recriação.

c) ERRADA. O mesmo acontece com a ave, cuja única referência é : “Flor é o salto da ave para o voo: o saltofora do sono quando seu tecido se rompe”.

d) ERRADA. O poeta menciona uma máquina apenas com o intuito de comparar uma explosão com a ação de fazê-la funcionar.

e) ERRADA. Mais uma vez, a única menção feita pelo poeta ao tecido encontra-se no seguinte trecho: “o saltofora do sono quando seu tecido se rompe”.

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