Faça uma comparação entre o processo de independência das Colônia da América espanhola e o processo de independência do heiti
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FOTO: REPRODUÇÃO/CREATIVE COMMONS
QUADRO DE PEDRO AMÉRICO "INDEPENDÊNCIA OU MORTE"
O Brasil celebra neste 7 de setembro de 2019 os 197 anos de sua independência de Portugal, proclamada pelo príncipe Dom Pedro 1º, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, em 1822. O momento histórico é usualmente celebrado protocolarmente por presidentes da República. Jair Bolsonaro, porém, investe na data. Ele ampliou orçamento do evento oficial em 15%, em comparação com 2018. E foi além.
Capitão reformado do Exército que costuma usar o patriotismo em seu discurso político, Bolsonaro incentivou uma campanha para garantir promoções no comércio na semana de 6 a 15 de setembro, a chamada “Semana da Pátria”. Teve a adesão de mais de 4.600 empresas. A propaganda oficial do governo intitulada “Vamos valorizar o que é nosso” marca o período. Ele conclamou ainda seus apoiadores a saírem com roupas nas cores verde e amarelo nas ruas, uma repetição de um gesto de 1992 do então presidente Fernando Collor de Mello.
Segundo uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, a série de ações de Bolsonaro foi inspirada pela festa da independência dos Estados Unidos, uma data celebrada por todo o país. Ocorrido em 1776, o descolamento das treze colônias inglesas ecoou na América. Os discursos de John Adams, Thomas Jefferson e George Washington, além de cópias da Constituição Federal e da Declaração da Independência, traduzidas para o espanhol, passaram a circular na região e inspirariam as constituições da Venezuela e do México.
MAPA DA AMÉRICA LATINA NO SÉCULO 18
O antecedente do Haiti
Além da independência dos Estados Unidos, um processo visto como “exemplo e advertência”, como destaca o professor emérito de História da América Latina da Universidade de Londres, John Lynch, foi o conduzido a partir de 1791 pela colônia francesa de Saint-Domingue, na região do Caribe.
Inspirados pelos ideais de liberdade e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa, os escravos iniciaram uma revolta, atacando lavouras e proprietários. Sob a liderança de Toussaint L'Ouverture e Jean Jacques Dessalines, as tropas napoleônicas foram derrotas e em 1804 foi proclamado o Estado do Haiti, “a primeira república negra nas Américas” e o primeiro país a se tornar independente na América.
A revolução haitiana se tornou um modelo rival dos regimes coloniais e escravistas, que temiam a infiltração dos revolucionários em seus territórios e novas lutas. A região da Venezuela era vulnerável pela proximidade com a ilha e foi palco de revoltas lideradas por negros livres ao final do século 18.
A independência na América Espanhola
O sistema colonial enfrentava uma crise no século 18, marcada pelos descontentamento de elites donas de terras, das quais a maior parcela eram os criollos (brancos nascidos nas colônias). Em boa parte da América Latina, era crescente também a resistência de indígenas e negros escravizados.
Entre os exemplos de revoltas do período estão as de Tupac Amaru 1 e Tupac Amaru 2, ocorridas no vice-reinado do Peru, submetido à coroa espanhola, em 1737 e 1780. Sob a liderança de Tupac Amaru, descendente da Aristocracia Inca, os indígenas executaram o corregedor e proclamaram o fim da obrigatoriedade estabelecida a eles de pagar tributos e trabalhar nas minas.
Quando a França tomou o trono do rei da Espanha, em 1808, no contexto das chamadas guerras napoleônicas, o processo por independência na América ganhou fôlego. A tentativa da restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha.
Os principais líderes desse processo de libertação foram Simón Bolívar e José de San Martín. Organizando exércitos pelos dois extremos do território da América do Sul, ambos protagonizaram as lutas pela independência de vários países latino-americanos, num processo marcado por idas e vindas, entre o domínio dos revolucionários e a retomada do poder por tropas espanholas.
Com a expulsão dos espanhóis, os países da América Espanhola estabeleceram a República como modelo de governo. No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendeu um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada.
MAPA DA AMÉRICA LATINA EM