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1
Nas aldeias, culturalmente cada um tem sua tarefa o que ajuda na formação de cada um, fazendo com que o preconceito aumente com as crenças e etc... além de que a sexualidade não é um assunto debatido na comunidade, porém creio que varia de cada aldeia.
marcelosants1:
Estava pesquisando aqui e vi que é uma "herança" da igreja, porque foi ela quem ditou regras de sexualidade. Assim, como os povos tiveram contato com eles em 1500, no Brasil, os preconceitos ficaram. Inclusive, uma pesquisadora da UnB disse que a prática era comum entre os povos, mas foi se perdendo com o tempo.
Só achei estranho porque nunca pesquisei sobre o tema, só agora veio a curiosidade
olá,
Dá uma pesquisada:
É relativamente bem conhecido o capítulo intitulado “O arco e o cesto”, em A Sociedade contra o Estado, no qual Pierre Clastres reflete sobre Krembegi, um índio Guayaki homossexual. Esse interessante personagem, encontrado por Clastres durante seu período de campo no Paraguai, na década de 1960, era, nos dizeres do autor,
É relativamente bem conhecido o capítulo intitulado “O arco e o cesto”, em A Sociedade contra o Estado, no qual Pierre Clastres reflete sobre Krembegi, um índio Guayaki homossexual. Esse interessante personagem, encontrado por Clastres durante seu período de campo no Paraguai, na década de 1960, era, nos dizeres do autor,
na verdade um sodomita. Ele vivia com as mulheres e, à semelhança delas, mantinha em geral os cabelos nitidamente mais longos que os outros homens, e só executava trabalhos femininos: ele sabia “tecer” e fabricava, com os dentes de animais que os caçadores lhe ofereciam, colares que demonstravam um gosto e disposições artísticos muito melhor expressos do que nas obras das mulheres. Enfim, ele era evidentemente proprietário de um cesto [em contrapartida ao arco, epítome da masculinidade] [...].
Esse pederasta incompreensível vivia como uma mulher e havia adotado as atitudes e comportamentos próprios desse sexo. Ele recusava, por exemplo, tão seguramente o contato de um arco como um caçador o do cesto; ele considerava que seu lugar natural era o mundo das mulheres. Krembegi era homossexual porque era pane [ou seja, tinha azar na caça]. [...] para os próprios Guayaki ele era um kyrypy-meno (ânus-fazer amor) porque era pane. (Clastres, 2003:126)
Vale a pena a pesquisa.
Trata-se de dizer claramente que a temática “homossexualidade indígena” não foi tratada mais intensa e extensamente pela etnologia brasileira, na mesma proporção em que se deu o acúmulo de conhecimento (e teorias) sobre povos indígenas no país...
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