Paz social
Está provado (...) que a violência só gera mais violência. A rua serve para a criança como uma escola
preparatória. Do menino marginal, esculpe-se o adulto marginal, talhado diariamente por uma sociedade
violenta que lhe nega condições básicas de vida.
Por trás de um garoto abandonando existe um adulto abandonando. E o garoto abandonando de
hoje é o adulto abandonando de amanhã. É um círculo vicioso, onde todos são, em menor ou maior escala,
vítimas. São vítimas de uma sociedade que não consegue garantir um mínimo de paz social.
Paz social significa poder andar na rua sem ser incomoda por pivetes. Isso porque num país
civilizado não existe pivete. Existem crianças desenvolvendo suas potencialidades. Paz não é ter medo de
sequestradores. É nunca desejar comprar uma arma para se defender ou querer se refugiar em Miami. É não
considerar normal a ideia de que o exterminio de crianças ou adultos garanta a segurança.
Entender a infância marginal significa entender por que um menino vai para a rua e não a escola. Esta
é, em essência, a diferença entre o garoto que está dentro do carro, de vidros fechados, e aquele que se
aproxima do carro para vender chiclete ou pedir esmola. E esta é a diferença entre um país desenvolvido e
um país de Terceiro Mundo.
E também entender a História do Brasil, marcada por um descaso das elites em relação aos menos
privilegiados. Esse descaso é simbolizado por uma frase que fez muito sucesso na política brasileira:
Caso social é caso de polícia.
A frase surgiu como uma justificativa para o tratamento dado ao trabalhador no começo do século. Em
outras palavras, é a mesma postura que as pessoas assumem hoje em relação à infância carente e aos
meninos de rua.
(Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel - a infância a adolescência)
1- Qual é a tese defendida pelo autor no texto Paz social?
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
A violência,realidade de muitas pessoas
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