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Em textos, conversas ou publicações foi comum ver a associação do nosso passado escravocrata, onde negros sofriam chibatadas como forma de punição ou disciplina (quando não por puro sadismo, ou sempre) com a notícia do que ocorreu no supermercado. De fato, a relação é quase impossível de não ser feita. Contudo, apesar da manutenção da violência corporal, da simbologia das chibatadas sobre a pele negra, de toda essa representação da nossa história revivida, é preciso ter atenção para a compreensão de fenômenos distintos.
Como Silvio Almeida esclarece sobre a relação entre Racismo e Escravidão, existem dois posicionamentos comuns: um destaca que o racismo é uma “espécie de resquício da escravidão, uma contaminação essencial que, especialmente nos países periféricos, impediria a modernização das economias e o aparecimento dos regimes democráticos”.
Diante de cenas como essa em que revivemos a mesma violência praticada no período escravocrata, é comum associarmos o racismo com essa herança maldita, como um fenômeno atrasado e obsoleto da nossa sociedade. O problema dessa perspectiva não está em relacionar o racismo com uma origem escravista, mas sim o de situá-lo como algo datado e arcaico, que não teria “serventia” em nossa sociedade “civilizada”. A solução para o racismo, nessa ótica, passa basicamente por um “choque de modernidade e de civilismo para ultrapassar o racismo”. É como se negássemos que o racismo possui uma função atual e contemporânea tão importante para a manutenção de uma sociedade desigual quanto teve no período escravocrata.
ESPERO TER AJUDADO !!!