• Matéria: Português
  • Autor: carolmari127
  • Perguntado 5 anos atrás

O texto a seguir faz parte do poema “Marília de Dirceu”, do poeta árcade brasileiro Tomás An-tonio Gonzaga. Leia-o e responda às questões propostas.

Lira XIV

01. Minha bela Marília, tudo passa;
02. A sorte deste mundo é mal segura;
03. Se vem depois dos males a ventura,
04. Vem depois dos prazeres a desgraça.
05. Estão os mesmos Deuses
06. Sujeitos ao poder ímpio Fado:
07. Apolo já fugiu do Céu brilhante,
08. Já foi Pastor de gado.

09. A devorante mão da negra Morte
10. Acaba de roubar o bem que temos;
11. Até na triste campa não podemos
12. Zombar do braço da inconstante sorte;
13. Qual fica no Sepulcro,
14. Que seus avós ergueram, descansado;
15. Qual no campo, e lhe arranca os frios ossos
16. Ferro do torto arado.

17. Ah! Enquanto os Destinos impiedosos
18. Não voltam contra nós a face irada,
19. Façamos, sim, façamos, doce amada,
20. Os nossos breves dias mais ditosos.
21. Um coração que, frouxo,
22. A grata posse de seu bem difere,
23. A si, Marília, a si próprio rouba,
24. E a si próprio fere.

Vocabulário: “ventura” (v. 03) = boa sorte, felicidade; “ímpio” (v. 06) = impiedoso; “Fado” (v. 06) = destino; “campa” (v. 11) = laje que cobre a sepultura; “Sepulcro” (v. 13) = sepultura, túmulo; “arado” (v. 16)= instrumento de cultivo da terra; “ditoso” (v. 20) = feliz, afortunado; “difere” (v. 22) = adia, demora.

Ao se dirigir a Marília, qual dos grandes temas clássicos o eu lírico procura defender (Fugere urbem, Aurea mediocritas, Locus amoenus, Inutilia truncat ou Carpe diem)? Que argumentos o eu lírico apresenta a Marília que o levam a defender esse tema?

Respostas

respondido por: carol8as
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Resposta:

O poema "Marília de Dirceu" pertence à estética árcade.

Explicação:

A poesia dos autores do Arcadismo brasileiro é marcada por algumas características. Uma das principais é a busca por uma vida mais simples e bucólica, em consonância com a natureza.

Na poesia em destaque pode-se perceber outro elemento: o carpe diem, isto é a ideia de que "tudo passa" e que a vida deve ser aproveitada a fim de "fazer os dias mais ditosos".

Os autores Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa se contrapunham ao agito e à efervescência dos centros urbanos e aos excessos narrativos que marcaram estéticas literárias e artísticas como o barroco.

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