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Resposta:
Há poucos dias, um pai, preocupado com a tarefa escolar do filho, perguntou-me: “Afinal, o que tem a ver produção de narrativa com estudo de adjetivos e advérbios?”
Para responder, quero abordar certos aspectos da narrativa, iniciando pela importância que sempre teve para o indivíduo e para o grupo social.
Desde lá no passado (imaginem nossos antepassados em volta de fogueiras) até hoje (nos agrupamentos ultramodernos das redes sociais), importa ao ser humano contar de si e receber o contar do outro. É uma forma de resgatar sua essência e refletir sobre experiências, colocando-as diante si, assim arrumadas em palavras. (Michèle Petit, antropóloga e pesquisadora, diz isso de maneira muito bonita: “Afinal, somos seres de linguagem em perpétua busca dos prazeres da expressão”.)
E não é apenas o caso de registrar o vivido em relatos memorialísticos, mas de transformá-lo, experimentando na ficção, sem maiores danos à integridade do ser, outros modos de viver, pensar, sentir.