O texto abaixo servirá de referência para responder as questões 01 a 03
A vida ao rés do chão
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor.
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Na sua despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permite preservar certa profundidade de sentido e certo acabamento de forma. O fato de ficar tão perto do dia a dia age como quebra do monumental e da ênfase – riscos de excessos que outros gêneros literários correm com frequência.
No Brasil ela tem uma boa história, como a de José de Alencar na seção de jornal “Ao correr da pena”. Nesse mesmo século XIX, nas crônicas de Machado de Assis notava-se o corte elegante de um artigo lúcido e leve. No decênio de 30 do século XX, a crônica moderna se consolidou no Brasil como um gênero bem nosso, cultivado por um número crescente de escritores, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Nesse período, apareceu aquele que de certo modo seria “o” cronista, voltado de maneira exemplar e praticamente exclusiva para esse gênero: Rubem Braga.
Parece às vezes que escrever crônica obriga a uma certa comunhão, produz um ar de família que aproxima os autores num nível acima da sua singularidade e das suas diferenças. É que a crônica brasileira bem realizada (que evidentemente em nada impede a verticalidade da ficção de Clarice Lispector ou a monumentalidade da prosa de um Guimarães Rosa) participa de uma língua-geral lírica, irônica, casual, ora precisa, ora vaga, amparada por um diálogo rápido e certeiro, ou por uma espécie de monólogo comunicativo.
Observação: 1rés de = próximo de.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Recortes.
São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23-29, passim)
1º Item – Certos traços da crônica podem ser deduzidos do texto, com EXCEÇÃO do que se apresenta em:
A.
Ela recusa a adjetivação hiperbólica e o requinte gramatical.
B.
Ela suprime o vocabulário opulento e as construções rebuscadas.
C.
Sua linguagem é leve e acessível, ajustada ao trato do miúdo da existência.
D.
A escala de seus temas é a variedade de fatos triviais, expressos em tom (menor) de coisa familiar
E.
Sua brevidade decorre do ritmo da vida contemporânea.
Respostas
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9
Resposta:
RESPOSTA (E)
Explicação POIS A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe
dessem o brilho 2 universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o
Prêmio Nobel a um cronista, por 3 melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero MENOR
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