Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar: duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, “em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!” ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas…Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico. Então, ela disse: “nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar”. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o casamento.
Eu me casei com a “senhora certa”. Só não sabia que o primeiro nome dela era “sempre”.
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: “O que tem na TV?”
E eu disse: “Poeira”.
01 - Podemos classificar a crônica acima como: *
1 ponto
a) Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade, produzidas para os meios de comunicação, utilizam temas da atualidade para fazer reflexões.
b) Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
c) Crônica Humorística: apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc.
d) Crônica Narrativa: relata as ações de personagens num tempo atual e um espaço determinado.
Releia estes trechos da crônica:
I - Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
II - Nós sempre andamos de mãos dadas…Se eu soltar, ela vai às compras!
III - Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
02 - Qual o efeito de sentido alcançado com os trechos acima? *
1 ponto
a) O efeito de sentido produzido é o de duplo sentido, pois são usadas palavras ou expressões que possuem diferentes interpretações.
b) O efeito de sentido produzido é o da ambiguidade, pois o texto pode ter outro sentido diferente do pretendido.
c) O efeito de sentido produzido é o da ironia , pois utiliza de determinadas palavras ou expressões querendo dizer o contrário do que se diz realmente.
d) O efeito de sentido produzido é o do humor, que em literatura, refere-se à quebra da expectativa.
Respostas
Resposta:
1 (c)
2 (a)
Explicação:
espero ter ajudado:)
As questões terão por base a crônica "Desabafos de um bom marido", de Luiz Fernando Veríssimo.
Questão 01
A alternativa correta é a letra "c". O texto apresentado é uma crônica humorística. Utilizando-se de ironia para falar sobre aspectos do relacionamento com sua esposa, o autor tenta ser engraçado.
As outras alternativas estão incorretas, pois o texto não está narrando fatos ocorridos em um tempo e espaço determinados e tampouco reflete sobre temas atuais.
Questão 02
A alternativa correta é a letra "d". Há perceptível quebra de expectativa entre a primeira e a segunda "parte" de cada sentença.
Nas sentenças I e II, a ideia inicial é de um comportamento romântico, mas essa expectativa é subvertida logo após quando vemos a real intenção do autor.
Na sentença III, começa-se imaginando que o autor e sua esposa cortaram relações, mas depois percebemos que ele só quis enfatizar que acha que sua esposa fala muito.
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