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- Explicação:
Poucas imagens conseguem ser tão fortes a ponto de mexer com a emoção dos brasileiros. A Bandeira Nacional se multiplicava pelo Brasil em épocas como a Copa do Mundo, quando surge nos muros, nos carros, nas roupas, nas janelas das casas. Nem sempre foi assim. A bandeira atual, criada logo após a Proclamação da República, levou décadas até cair de vez no gosto do país.
Em 19 de novembro de 1889, quatro dias após o golpe que enterrou a Monarquia, o presidente Deodoro da Fonseca assinava um decreto com a descrição da sucessora da bandeira imperial. É por isso que o Dia da Bandeira se festeja em 19 de novembro. O modelo era praticamente idêntico ao atual. Em vez das 27 estrelas de hoje, havia 21 — o número dos estados de então mais a capital do país.
Documentos históricos guardados no Arquivo do Senado mostram que as críticas não tardaram. Em dezembro de 1890, um mês após a abertura do Congresso Constituinte, encarregado de aprovar a primeira Constituição da República, o deputado Francisco Coelho Duarte Badaró (MG) subiu à tribuna para queixar-se:
— Na bandeira se encontra um atentado contra as nossas tradições. Criminosamente lançaram nela um dístico que não quadra com as nossas ideias, que pertence a uma seita absurda.
Badaró se referia aos dizeres “Ordem e progresso”. Trata-se da máxima do positivismo, mistura francesa de religião com filosofia bastante em voga entre os militares que destronaram dom Pedro II. Para o deputado, era inadmissível a menção à “seita”:
— Essa provocação tem impedido que o povo brasileiro, desde as primeiras até as últimas camadas, corra a abraçar a bandeira.
Fonte: Agência Senado