• Matéria: Português
  • Autor: eduardasilva0164
  • Perguntado 5 anos atrás

Leia o texto abaixo.



Viagem ao país da infância



O dia amanhecia perfumado de café e pão torrado. A bata era branca e as tranças longas. A escola, do outro lado da vila. No largo da escola cresciam as azedas, os pequenos malmequeres.


Era bom molhar os pés no orvalho matinal, correr entre os bancos vermelhos, respirar o cheiro [...] que ardia nos fornos e nas lareiras.


A escola era enorme. Ou não era? [...]


As carteiras tinham espaço para a fraterna comunhão dos lápis, das ardósias, das caixas de fósforos onde se guardavam os pequenos mistérios: joaninhas encarnadas, uma formiga com asas, uma borboleta adormecida.


Nas paredes havia mapas, mapas velhos, amarelados, que era preciso e fácil saber de cor. Viajava-se nesses mapas das linhas-férreas, dos rios e das serras, em frágeis comboios, em barcos maravilhosos, de norte a sul. [...]


A minha professora era alta e forte. Ou eu era muito pequena? [...] Chamava-se Maria Rosa Lopes e tinha dois canários e um canteiro de morangos junto a casa. Não a consigo dissociar destes elementos, talvez porque fossem os únicos pássaros engaiolados da vila e os únicos morangos que eu vi, até muito tarde.


Às vezes, deixava-nos nos barcos dessas viagens ao fim da terra e ia a casa, que era mesmo ao lado, num breve instante, adiantar o almoço dos filhos ou buscar brasas para uma bacia de cobre com que aquecia a sala, no Inverno. Junto com os parágrafos, as conjunções, as dinastias, havia poemas, o cheiro da cebola refogada e, às vezes, um morango vermelho que era prêmio. [...]


No centro de tudo isto: perfumes, bichos, terra, flores, canções, mapas, morangos, canários, aquela mulher era uma catedral [...], tranquila, protetora, ímpar: Inesquecível.


Na minha escola, descobri a força e a magia das estações do ano [...]. E a minha infância foi assim, pelas mãos dessa professora tão poderosa e discreta, um receptáculo magnífico de vivências, de aprendizagens do que é essencial e perpétuo para se caminhar na vida. [...]



Qual trecho desse texto evidencia que o narrador participa da história?

(A)“O dia amanhecia perfumado de café e pão torrado.”. (1º parágrafo)
(B)“No largo da escola cresciam as azedas, os pequenos malmequeres.”. (1º parágrafo)
(C)“Nas paredes havia mapas, mapas velhos, ...”. (5º parágrafo)
(D) “A minha professora era alta e forte. Ou eu era muito pequena?”. (6º parágrafo)
(E)“Chamava-se Maria Rosa Lopes e tinha dois canários...”. (6º parágrafo)

Respostas

respondido por: oliveiraconcursos
257

O trecho apresentado pela questão, que nos mostra a participação do narrador na história, é o apresentado na alternativa D.

   

No trecho que é visto no 6° parágrafo do texto, o narrador da história se coloca como sujeito participante da mesma, ao pronunciar o pronome pessoal possessivo da primeira pessoa do singular, "minha".

 

Ao falar "minha", o narrador se insere na história. Afinal, em textos onde o narrador é apenas um observador, o mesmo faz seu discurso sem utilizar a primeira pessoa, ou seja, só narra o texto usando a terceira pessoa.


cadusilva122017: Nesse texto, no trecho “Não a consigo dissociar destes elementos,...” (6º parágrafo), os termos destacados referem-se. A resposta dessa é a A)
aos dois canários e a um canteiro de morangos.explicação: Chamava-se Maria Rosa Lopes e tinha dois canários e um canteiro de morangos junto a casa. Não a consigo dissociar destes elementos, talvez porque fossem os únicos pássaros engaiolados da vila e os únicos morangos que eu vi, até muito tarde.
respondido por: junsungv
139

Alternativa : D

D) “A minha professora era alta e forte. Ou eu era muito pequena?”.

(6º parágrafo)

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