MINHA FUGA DA COREIA DO NORTE: RELATO DE UMA SOBREVIVENTE
"Quando eu era pequena, achava que meu país era o melhor do mundo. Cresci cantando uma canção chamada "Nada a Invejar" e eu tinha muito orgulho. Na escola, passamos muito tempo estudando a história
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de Kim II-Sung, mas nunca ouvimos falar muito do mundo lá fora, exceto que os EUA, a Coréia do Sul e
o Japão eram inimigos. Embora eu muitas vezes tivesse curiosidade a respeito do mundo externo, eu
achava que passaria minha vida inteira na Coréia do Norte, até que tudo mudou de repente.
[...]
Uma vasta escassez de alimentos atingiu a Coreia do Norte em meados da década de 1990. No fim das
contas, mais de um milhão de norte-coreanos morreram durante o período de fome, e muitos só sobreviveram comendo capim, insetos e cascas de árvores. As interrupções no fornecimento de energia
elétrica também se tornaram cada vez mais frequentes, então tudo ao meu redor era completamente
escuro à noite, exceto pelo mar de luzes na China, logo do outro lado do rio Amroc perto da minha casa.
Sempre me perguntei por que eles tinham luz e nós não.
O rio Amarok é bem estreito em determinados locais, o que permite que norte-coreanos secretamente
atravessem para o outro lado. Mas muitos morrem. [...] Não posso revelar muitos detalhes sobre como
saí da Coréia do Norte, mas só posso dizer que, durante os anos difíceis de escassez, eu fui mandada
para a China para morar com parentes distantes. Mas eu achei que só ficaria separada da minha família
por pouco tempo. Nunca poderia imaginar que levaríamos quatorze anos até voltarmos a viver juntos.
Na China, era difícil viver sendo uma jovem garota, sem minha família. Eu não fazia ideia de como seria
a vida como uma refugiada norte-coreana, mas logo descobri que isso não é apenas extremamente
difícil, é também muito perigoso, já que refugiados norte-coreanos são considerados, na China, como
imigrantes ilegais. Por isso eu vivia constantemente com medo de que minha identidade fosse descoberta, e de que eu fosse repatriada e tivesse um destino terrível de volta à Coreia do Norte. [...]
1 - Indique qual é o tema tratado pelo relato pessoal lido?
2 - A narradora-personagem do texto utiliza a 1ª pessoa para escrever o texto. Descreva a importância
desse uso para o texto e escreva sobre a importância dele para um relato pessoal.
3 - Indique qual das alternativas seguintes apresenta uma característica do gênero relato pessoal que
está presente no texto “Minha fuga da Coreia Do Norte: relato de uma sobrevivente”:
a) Verbos no tempo presente para dar a sensação de algo que acabou de acontecer.
b) Uso da 1ª pessoa do plural para retratar o coletivo dos coreanos que querem fugir da Coreia.
c) Uso da 1ª pessoa do singular e verbos no tempo passado.
d) Falta completa de adjetivações.
4 - A leitura desse texto pode nos fazer lembrar de um problema social presente em nosso meio: a
xenofobia. Você sabe o que isso? Procure e leia o significado dessa palavra. Após isso, escreva um
pequeno parágrafo, dando ideias de como podemos acabar com a xenofobia em nossa sociedade.
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA
ANO DE ESCOLARIDADE: 2º ANO – EM
PET VOLUME: 01/2021
Obg!
Respostas
Resposta:
1- O tema central do relato é a busca por melhores condições de vida, imigração e a percepção individual sobre a dura realidade de um país.
2- A primeira pessoa é essencial em um relato pessoal pois está falando de si mesmo, e outras pessoas não poderiam contar sua história, se não, não seria mais um relato "pessoal''. Com o uso da primeira pessoa dá para saber de quem é a historia que está sendo narrada.
3- Letra C
4- • Promovendo conscientização por meio de palestras, debates, rodas de conversa, seminários, publicações, exposições e ações culturais;
• Mostrando o patrimônio intelectual e cultural dos refugiados e como esse arcabouço beneficia o Brasil, renovando as artes brasileiras e tornando o País mais multilíngue e diverso;
• Organizando reuniões e ações a favor dessa integração: destaca-se o Movimento em Prol de Imigrantes e Refugiados, fundado na Bibli-ASPA. Toda semana, integrantes desse movimento (em parceria com Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Ministério Público Democrático etc.), que inclui juízes, promotores, procuradores, advogados, professores, assistentes sociais etc., reúnem-se para pensar coletivamente em estratégias de acolhida, integração, educação, inserção no mercado de trabalho e acesso a serviços públicos
Explicação:
Espero ter ajudado!!