Leia o excerto do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)
Ser autor defunto ou defunto autor, conforme a análise de Brás Cubas na introdução de suas memórias póstumas, quer-nos dizer:
a) Que, se fosse um autor defunto, já o seria antes de morrer, enquanto, sendo um defunto autor, tornou-se após a sua morte.
b) Brás escreveu suas memórias póstumas por não ter conseguido fazê-lo em vida.
c) Brás não entendia a diferença entre um e outro e por isso escolheu o segundo.
Respostas
Resposta:letra
A
Explicação:
CONFIA
Neste trecho de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", o eu-lírico diz que sua vida é eternizada através dos seus escritos, embora a sua morte já tenha ocorrido (A).
O autor diferencia "defunto autor" de "autor defunto". "Defunto autor" é aquele que, mesmo morto, tem história para contar e se eterniza nesses enredos. Já o "autor defunto" é aquele finito, que não se eterniza e seus escritos são fugazes e efêmeros.
Machado de Assis foi poeta e contista brasileiro nascido no século XIX e representante do Romantismo.
Em 1855, inicia a sua trajetória à literatura brasileira, com a publicação o seu poema chamado "Ela".
A partir daí, começa a trabalhar na edição dos jornais locais e é nomeado sócio do Conservatório Dramático Brasileiro e da Arcádia Fluminense.
Teve, como um dos seus pupilos, o poeta Castro Alves, que almejava ingressar no mundo literário e fora incentivado por José de Alencar e, em 1888, foi nomeado oficial da Ordem da Rosa, pelo Império.
Seus contos mais célebres são: Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Quincas Borba.
Quanto aos poemas: Poesias completas, Desencantos e Ela.
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