• Matéria: Filosofia
  • Autor: gabriellycristina404
  • Perguntado 5 anos atrás

O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido, com o manejo dos meus acusadores, não sei; certo é que

eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivamente falavam. Contudo, não disseram, eu o

afirmo, nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela

pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar. Mas,

então, não se envergonham disto, de que logo seriam desmentidos por mim, com fatos, quando eu me apresentasse

diante de vós, de nenhum modo hábil orador? Essa me parece a sua maior imprudência, se, todavia, não denominam

“hábil no falar” aquele que diz a verdade. Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador, não

porém à sua maneira. Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram de verdade; mas,

ao contrário, eu vo-la direi em toda a sua plenitude. Contudo, por Zeus, não ouvireis, por certo, cidadãos atenienses,

discursos enfeitados de locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente com as

palavras que me vieram à boca; pois estou certo de que é justo o que eu digo, e nenhum de vós espera outra coisa.

Em verdade, nem conviria que eu, nesta idade, me apresentasse diante de vós, ó cidadãos, como um jovenzinho que

estuda os seus discursos. E todavia, cidadãos atenienses, isso vos peço, vos suplico: se sentirdes que me defendo

com os mesmos discursos com os quais costumo falar nas feiras, perto dos bancos, onde muitos de vós tendes

ouvido, e em outros lugares, não vos espanteis por isso, nem provoqueis clamor. Porquanto, há o seguinte: é a

primeira vez que me apresento diante de um tribunal, na idade de mais de setenta anos: por isso, sou quase

estranho ao modo de falar aqui. Se eu fosse realmente um forasteiro, sem dúvida, perdoaríeis, se eu falasse na

língua e maneira pelas quais tivesse sido educado; assim também agora vos peço uma coisa que me parece justa:

permiti-me, em primeiro lugar, o meu modo de falar – e poderá ser pior ou mesmo melhor – depois, considerai o

seguinte, e só prestai atenção a isso: se o que digo é justo ou não: essa, de fato, é a virtude do juiz, do orador – dizer

a verdade.
1)Sobre o que se trata o texto?
2)Para o filósofo Sócrates, o que tem mais valor no seu discurso?​

Respostas

respondido por: silvaaprigio96
0

Resposta:

tô com preguiça de ler o texto AGR mn

respondido por: warlock669
1

Resposta:

O discurso é parte inicial daquele proferiu Sócrates como defesa da acusação de perverter os jovens. Nessa parte inicial, Sócrates se difere na forma de falar de seus acusadores, os quais usam um discurso formal, cheio de locuções e palavras, como Sócrates mesmo explicou. Não o filósofo. Na verdade ele fala na linguagem normal que sempre usou em seus discursos na ágora e, no trecho apresentado, Sócrates se desculpa pela forma de falar, mas adverte ao povo que não se deixe enganar por isso, pois muito mais valor tem o teor do discurso e o dele, Sócrates, é o verdadeiro, independentemente da forma que será falado.

Explicação:

As respostas das duas questões estão em uma só.

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