Respostas
Resposta: preciso considerar que as zoonoses estão estabelecidas nos centros urbanos, como o Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue e que se adaptou muito bem nas cidades. A professora do Departamento de Biologia (DBI) Marina Battistetti Festozo explica que “o mosquito encontrou nas cidades condições muito melhores para a sua proliferação que nas áreas silvestres. Há diversos anos nos deparamos com surtos da doença, e o que temos feito no máximo é tentar controlar sua propagação e incidência”. Vale ressaltar que existem as doenças que há muito estavam controladas e que atualmente passam a gerar preocupação por conta da crescente degradação do ambiente, da invasão de áreas de mata, onde vivem animais silvestres, como é o caso do recente surto de febre amarela e automaticamente da pandemia da Covid-19.
Marina ressalta que o saneamento básico é uma questão essencial para o controle das zoonoses. “Locais sem água encanada e tratada, sem recolhimento e tratamento de esgotos e lixo são locais onde essas doenças terão muito mais chances de se proliferarem. Saneamento é condição essencial para a saúde pública, cuidado e bem-estar das pessoas, mas é importante lembrar que mesmo com o saneamento básico, se continuar a ocorrer essa intensa degradação dos ambientes naturais, é possível termos novas zoonoses”.
O equilíbrio ambiental pode contribuir com o bem-estar social e com uma sociedade mais saudável, a convivência gera harmonia nas diversas relações estabelecidas. “É um erro entendermos que podemos viver bem explorando a terra e a própria humanidade. Muitos ambientalistas vêm denunciando esses problemas. O que vivemos agora com a pandemia da Covid-19 é apenas um sintoma de uma crise, de um desequilíbrio muito mais amplo. Podemos, coletivamente, buscar a transformação. Empreendendo o nosso tempo, nosso trabalho, em práticas que contribuam para o bem-estar da vida humana e natural, lutando por relações mais justas e mais sustentáveis”, conclui Marina.