Respostas
Resposta:
As mutações no mundo do trabalho: heterogeneidade, fragmenta-
ção e complexificação
Nossa tese central é a de que, se a classe trabalhadora não é idêntica
àquela existente em meados do século passado, ela também não está em
vias de desaparição, nem ontologicamente perdeu seu sentido estruturante.
Vamos, portanto, procurar compreendê-la, em sua conformação atual.
Devemos indicar, desde logo, que a classe trabalhadora hoje
compreende a totalidade dos assalariados, homens e mulheres que vi-
vem da venda da sua força de trabalho – a classe-que-vive-do-traba-
lho, conforme nossa denominação (Antunes, 1995 e 1999) – e que
são despossuídos dos meios de produção. Mas ela vem presenciando
um processo multiforme, cujas principais tendências indicaremos a
seguir. Vamos enumerá-las:
1) Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem ocorren-
do uma redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual,
estável e especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada de tipo
taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo com a reestru-
turação produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregulamen-
tadas de trabalho, reduzindo fortemente o conjunto de trabalhadores es-
táveis que se estruturavam por meio de empregos formais