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Se você não estava num retiro espiritual em terras remotas ou numa viagem à Marte, já percebeu que vivemos um momento singular e histórico. A pandemia provocada pelo novo coronavírus é assunto em todo o mundo desde o início de janeiro de 2020, quando os primeiros casos começaram a brotar e se espalhar a partir da China.
Com o passar das semanas e o aumento dramático no número de infectados, eventos começaram a ser cancelados ou suspensos. Festivais e campeonatos esportivos foram paralisados. Líderes mundiais como o americano Donald Trump e a alemã Angela Merkel admitiram recentemente que vivemos o maior desafio global desde a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945.
Chegou a hora de conhecer, então, as semelhanças e diferenças entre essas três ameaças do passado com o pesadelo que assola o nosso presente.
Ratos e pulgas assolam a Europa e a Ásia
“No século 14, a peste negra gerou um pânico na população muito parecido ao que estamos vivendo agora. As pessoas ficaram isoladas, ninguém saia às ruas, com medo de entrar em contato com os miasmas, gases venenosos que supostamente estariam por trás da doença”.
Gripe suína, o perigo de ontem
A gripe espanhola, que NÃO surgiu na Espanha
A gripe espanhola é considerada por muitos especialistas a mãe das pandemias: provocada pelo vírus influenza do tipo A H1N1, ele contaminou mais de 500 milhões de pessoas e provocou entre 17 e 50 milhões de mortes. Ao menos um quarto de toda a população do planeta se infectou com essa doença.
No Brasil, estima-se que a gripe espanhola tenha matado ao menos 35 mil pessoas. Entre elas, destaca-se o então presidente eleito Rodrigues Alves, que estava pronto para iniciar um segundo mandato como chefe da república. O político paulista não resistiu às complicações e morreu no dia 16 de janeiro de 1919.
A liturgia das grandes epidemias é sempre muito parecida. Primeiro, as autoridades negam que ela existe, uma vez que é algo desconhecido e com potencial de abalar a economia e os sistemas de saúde. Muitos dos discursos das autoridades no início da pandemia de 1918 se assemelham ao que vemos hoje
As pessoas se esquecem, mas há 11 anos nós também fechamos escolas, restringimos a circulação de pessoas… Claro que foi numa intensidade muito menor, mas isso aconteceu”. Segundo o médico, a grande diferença para a pandemia de 2020 está no uso massivo dos meios digitais de comunicação. “A covid-19 é a primeira em que temos uma quantidade de informação enorme, disseminada por meio de redes sociais”,
A diferença é que, em 2009, a gente tinha uma possibilidade de vacina em curto prazo, coisa que não possuímos agora”
Apesar de todas essas comparações históricas, fato é que nenhuma pandemia é 100% igual às anteriores. No cenário atual, temos mais incertezas que verdades absolutas. Nos resta, então, seguir as autoridades em saúde pública e respeitar as recomendações que parecem dar certo em outros países: lavar as mãos com regularidade, ficar isolado em casa, evitar o contato com outras pessoas… Sim, a crise é global. E só vamos sair dela se cada um tomar para si seus próprios deveres e responsabilidades.