• Matéria: Português
  • Autor: Ronaldo2704
  • Perguntado 4 anos atrás

"A diversidade, entendida como construção histórica, social, cultural e política das diferenças, realiza-se em meio às relações de poder e ao crescimento das desigualdades e da crise econômica que se acentuam no contexto nacional e internacional. Não se pode negar, nesse debate, os efeitos da desigualdade socioeconômica sobre toda a sociedade e, em especial, sobre os coletivos sociais considerados diversos. Portanto, a análise sobre a trama desigualdades e diversidade deverá ser realizada levando em consideração a sua interrelação com alguns fatores, tais como: os desafios da articulação entre políticas de igualdade e políticas de identidade ou de reconhecimento da diferença no contexto nacional e internacional, a necessária reinvenção do Estado rumo à emancipação social, o acirramento da pobreza e a desigual distribuição de renda da população, os atuais avanços e desafios dos setores populares e dos movimentos sociais em relação ao acesso à educação, à moradia, ao trabalho, à saúde e aos bens culturais, bem como os impactos da relação entre igualdade, desigualdades e diversidade nas políticas públicas.

No Brasil, diferentes alternativas e proposições econômicas, políticas e teóricas têm sido desencadeadas na tentativa de apontar caminhos para essa situação. Desde o processo de reabertura política a partir dos anos de 1980 aos dias atuais, vem se configurando um novo foco de interpretações a respeito de como equacionar a oferta da educação pública no contexto das desigualdades socioeconômicas e da diversidade. A postura central dos movimentos sociais, dos profissionais da educação e daqueles comprometidos com uma sociedade democrática e com a educação pública, gratuita e laica tem sido reafirmar o princípio constitucional contido no artigo 205 da Constituição Federal de 1988, ou seja, "a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Portanto, não se educa "para alguma coisa", educa-se porque a educação é um direito e, como tal, deve ser garantido de forma igualitária, equânime e justa. O objetivo da educação e das suas políticas não é formar gerações para o mercado, para o vestibular ou, tampouco, atingir os índices internacionais de alfabetização e matematização. O foco central são os sujeitos sociais, entendidos como cidadãos e sujeitos de direitos".

GOMES, Nilma Lino. Desigualdades e diversidade na educação. Educ. Soc., Campinas , v. 33, n. 120, p. 687-693, Sept. 2012 . Available from [...]



Com base no texto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.



I. Os movimentos sociais enfatizam que os sujeitos de direitos são também diversos em raça, etnia, credo, gênero, orientação sexual e idade, entre outros e, também, que essa diversidade tem sido tratada de forma desigual e discriminatória ao longo dos séculos, não sendo ainda foi devidamente equacionada pelas políticas de Estado, pelas escolas e seus currículos.



PORQUE



II. Devido às pressões sociais, o entendimento da diversidade, como construção social constituinte dos processos históricos, culturais, políticos, econômicos e educacionais e não mais vista como um "problema", começa a ter mais espaço na sociedade, nos fóruns políticos, nas teorias sociais e educacionais.



( ) A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.

( ) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.

( ) A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.

( ) As asserções I e II são proposições falsas.

( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.

( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.

Respostas

respondido por: viviane100485
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Resposta:

As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.

Explicação:

DNM

A alternativa "As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I." está correta porque não se educa "para alguma coisa", educa-se porque a educação é um direito e, como tal, deve ser garantido de forma igualitária, equânime e justa. O objetivo da educação e das suas políticas não é formar gerações para o mercado, para o vestibular ou, tampouco, atingir os índices internacionais de alfabetização e matematização. O foco central são os sujeitos sociais, entendidos como cidadãos e sujeitos de direitos. Essa interpretação tem sido adensada do ponto de vista político e epistemológico pelos movimentos sociais ao enfatizarem que os sujeitos de direitos são também diversos em raça, etnia, credo, gênero, orientação sexual e idade, entre outros. Enfatizam, também, que essa diversidade tem sido tratada de forma desigual e discriminatória ao longo dos séculos e ainda não foi devidamente equacionada pelas políticas de Estado, pelas escolas e seus currículos (asserção I).

Dessa forma, devido às pressões sociais, o entendimento da diversidade como construção social constituinte dos processos históricos, culturais, políticos, econômicos e educacionais e não mais vista como um "problema" começa a ter mais espaço na sociedade, nos fóruns políticos, nas teorias sociais e educacionais (asserção II). Sendo assim, elas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.

respondido por: anaadmjmf
0

Resposta:

As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.

Explicação:

CORRIGIDO PELO DNM

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