Um bloco B com 28,3 kg de massa encontra-se sobre uma superfície horizontal e lisa. Um bloco A, com massa igual a 11,4 kg, encontra-se sobre o bloco B como ilustrado na figura. As superfícies de contato entre os blocos são ásperas com um coeficiente de atrito estático igual a 0,546. Ao bloco B é aplicada uma força horizontal de intensidade variável F = 913x , onde x é o deslocamento do bloco, em metros (F é dada em Newtons). Calcule o trabalho realizado pela força F entre o início do movimento e o instante em que o bloco A começa a escorregar sobre o bloco B. Use g = 9.81 m/s2 para a aceleração da gravidade e expresse sua resposta em Joules com três algarismos significativos.
Respostas
Na imagem anexada temos o diagrama de corpo livre para ambos os blocos.
Vamos considerar um caso limite onde a força que puxa bloco B provoca uma aceleração que é o limite suportado pelo atrito que impede que o bloco A deslize sobre o bloco B.
Qualquer força maior que essa fará o bloco A deslizar para a esquerda.
Nós estamos no referencial inercial do chão, onde o sistema se move para a direita.
Nessa situação, sobre o bloco A agem a força peso do próprio bloco , a força normal causada pelo contato com o bloco B, e a força de atrito .
Perceba que a força de atrito é na direção do movimento do sistema. Por quê?
Imagine que não haja atrito. Assim que a força é aplicada sobre o bloco B, o bloco A (pela lei da inércia) tende a permanecer em repouso, deslizando então na direção contrária ao movimento.
Mas como estamos considerando o caso onde o bloco não desliza, a força de atrito deve ser a responsável pelo impedimento, e como ela se opõe ao deslizamento, ela aponta na direção do movimento do sistema.
Como não há movimento na direção vertical, é necessário que a força peso tenha módulo igual à força normal.
Podemos então encontrar a aceleração máxima possível do sistema para que o bloco A não deslize.
A força de atrito estático possui um limite. Esse limite é justamente dado pela força normal. Essa força de atrito implica uma aceleração limite. Se o sistema acelera mais rápido, a força de atrito não é suficiente e o bloco desliza.
O módulo da força de atrito é:
A aceleração máxima então deverá ser de:
Essa é a aceleração máxima possível para o sistema.
Vamos agora achar o valor máximo para a força que age sobre o bloco B.
No bloco B agem a força peso do sistema , a reação normal , a força de atrito entre os blocos e também a força de contato que o bloco A aplica no bloco B .
Como não há movimento vertical, a reação normal deve ter módulo igual à força peso do sistema. Note que a força de contato que o bloco A plica no bloco B é cancelada pela força que o bloco B aplica sobre o bloco A (a reação normal que utilizamos anteriormente).
A força de atrito age na direção oposta ao movimento. Isso porque um bloco desliza sobre o outro. Como a tendência do bloco A é deslizar para a esquerda, no bloco B a força de atrito deve ser na direção do deslize, se opondo ao movimento do bloco B. Ela tem o mesmo módulo que a foça já calculada antes.
Com isso, usando a segunda lei de Newton, podemos achar o valor máximo para a força . A aceleração do bloco B deve ser a mesma que a já calculada para o bloco A, já que nessa situação ele não desliza.
Essa é a força máxima que pode agir sobre o bloco B na condição que o bloco A não deslize.
A força que age sobre o bloco B é de intensidade variável, e aumenta conforme o sistema se move.
Assim que a força ficar maior que a força calculada, o bloco A começará a deslizar.
Para calcular o trabalho, primeiro precisamos saber quantos metros o bloco B se move até que a força atinja a intensidade limite.
A força é:
Precisamos achar um valor de tal que:
A partir dai o trabalho realizado por essa força será de:
Usando 3 algarismos significativo, o trabalho realizado pela força entre o início do movimento e o instante que o bloco A começa a escorregar é de 24,763 Joules.