O mundo das mulheres tem que fazer a revolução de linguagem
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Este século XXI será recordado pela maior revolução feminista da história. Nunca esteve
tão viva a temática da mulher, sua luta contra o machismo, seu desejo de recuperar o lugar
que sempre deveria ter ocupado e foi impedida pelos preconceitos masculinos. Há quem
se atreva a profetizar que este será o século em que a mulher finalmente alcançará a
dignidade que lhe cabe e que sempre lhe foi negada.
Esta revolução feminina que todo o planeta abraça, até os rincões mais hostis à mulher,
ainda é um paradoxo. É assim neste Brasil-continente, onde, além disso, a maioria das
mulheres não é branca. Se por um lado se trata do quinto país do mundo com maior
número de feminicídios, também é verdade que nele aparecem hoje, mais visíveis do que
nunca, e mais que em muitos outros lugares, a luta da mulher e seus movimentos de
liberação. Há no Brasil coletivos femininos em escolas públicas da periferia e nas escolas
para ricos nos bairros centrais. Na Grande São Paulo, a maior cidade da América Latina,
começaram a ser vistos cartazes que incitam a denunciar a violência contra a mulher. E a
mulher começa a estar presente em todas as instituições do Estado e em todos os meios
de comunicação.
(...)
Sim, as mulheres, incluindo as mais pobres e com menos acesso à cultura, por exemplo
aqui no Brasil, começaram a contar suas histórias, as que lhes doíam por dentro sem que
pudessem falar, as que dão medo nos homens, porque sabemos que são verdadeiras. São
histórias de ruptura, de muita dor, mas também de orgulho de estar descendo da
indiferença dos subúrbios para o centro das cidades, para gritar que elas existem e devem ser escutadas
E hoje é justamente uma mulher, a jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que
protagoniza em todo mundo a luta contra a destruição do meio ambiente. Foi ela quem
teve a coragem de enfrentar os grandes patriarcas masculinos dos países representados na
Cúpula Climática da ONU. É o símbolo da mudança de cunho feminino que o mundo está
experimentando.
O que talvez ainda falte a este grande movimento feminino de liberação é começar a fazer
também a revolução da linguagem. Sempre, desde a aparição do Homo sapiens, foi a
linguagem que moldou a história. Foram as palavras que criaram as ideias e a cultura, a
política e a religião. E foi a linguagem que desde o início levou a marca masculina.
Dizemos que a história começa com o Homo sapiens, não com a Mulher sapiens também.
Sem palavras não podemos contar nossas ideias e sentimentos, nem nossos sonhos. E
hoje, em um mundo de total transformação em todas as esferas, continua sendo a
linguagem o que expressa essas mudanças planetárias. O que ocorre é que foi, ao mesmo
tempo, a realidade da vida que evoluiu antes das palavras para expressá-la. E as palavras
foram também ficando velhas para descrever os movimentos subterrâneos da humanidade
em movimento.
Às vezes precisamos de décadas para encontrar a palavra que poderia expressar a
mudança já realizada. Assim, ultimamente, nasceram vocábulos como pós-verdade, ou
modernidade líquida, para tentar expressar o novo em nossas relações e em nosso modo
diverso de contar as coisas.
Será também esta última revolução da linguagem a que poderá servir para culminar dos
novos movimentos de liberação do feminino para o político, duas realidades que a
linguagem já não consegue mais expressar. Termos como masculino e feminino, esquerda
e direita, paz e violência se tornaram antiquados porque a realidade vivida a cada dia neste
novo século já é outra, e não sabemos como defini-la.
(...)
Quem sabe se não serão as mulheres, mais atrevidas que os homens e com menos medo,
apesar de terem sido sempre vítimas, que nos oferecerão um novo renascimento cultural
e linguístico, capaz de expressar a força que levam dentro de si.
a) Um tema polêmico é aquele que apresenta uma questão controversa, ou seja, que
divide opiniões. Qual é a questão polêmica tratada no texto?
b) Identifique dois posicionamentos críticos adotados pelo autor do texto referente
ao tema
apresentado
c) Explique o sentido das palavras rincões, hostis e paradoxo na expressão “ Esta
revolução feminina que todo o planeta abraça, até os rincões mais hostis à mulher,
ainda é um paradoxo.”
Atividade 03: De acordo com o texto, qual revolução ainda precisa ser feita pelas mulheres?
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
mulheres na política
Explicação:
novos movimentos de liberação do feminino para políticos .
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