Respostas
Resposta:
dificuldade na falta de socialização, desemprego, grande taxas de mortalidade, hospitais sem condições de atender a população
Resposta:
Coronavírus lança ao mundo o desafio de repensar a sociedade
Situações extraordinariamente graves abrem espaço para reflexões inéditas, para novos arranjos políticos e soluções inovadoras
Explicação:
Vale a pena parar a economia para enfrentar a crise? A resposta para essa delicada questão deve ir além dos argumentos meramente econômicos e políticos. Ela deve considerar, sobretudo, questões éticas indispensáveis à construção de uma nova racionalidade capaz de equacionar a crise imediata e lançar as bases para o enfrentamento de outros desafios crônicos da sociedade contemporânea.
É certo que o argumento da severidade dos efeitos econômicos da paralisação geral da atividade e a possibilidade de reincidência da epidemia da Covid-19 num futuro próximo têm que ser levados em consideração quando discutimos as alternativas para lidar com a grave crise atual. Afinal, há razões para crer na possibilidade de reincidência da epidemia após a normalização das rotinas daqui algum tempo e são seríssimos os efeitos econômicos e sociais de uma ampla e prolongada paralisação, não só agora mas continuamente.
Mas, por outro lado, ainda assim entendo que prevalecem três argumentos fundamentais tanto para sustentar uma defesa enfática da manutenção, por ora, da política do maior isolamento possível, como para lançar outras questões que extrapolam o urgente objetivo da mitigação dos efeitos da pandemia.
O primeiro argumento é da ordem da saúde pública e já vem sendo destacado desde o início dessa crise pela OMS e pela grande maioria dos infectologistas. Ele pode ser resumido nos seguintes termos: independentemente do retorno ou não da epidemia num futuro próximo, o melhor que se tem a fazer agora do ponto de vista da saúde pública é aplainar a curva de transmissão e ganhar tempo, seja para viabilizar o desenvolvimento de tratamentos melhores, seja para observar a experiência de outros países e tomar decisões mais acertadas, seja para evitar o caos que decorrerá do enorme afluxo de pessoas aos centros de atendimento.
O segundo argumento é de ordem econômica e política. Em essência, considero que, por mais grave e complexo que seja o desajuste macroeconômico, não devemos esquecer que a superação de qualquer crise econômica é sempre politicamente possível, podendo ser tão mais rápida quanto mais brevemente for estabelecido um novo consenso sobre o que deve ser feito.
Situações extraordinariamente graves abrem espaço para reflexões inéditas, para novos arranjos políticos e, portanto, para soluções inovadoras até então tidas como impossíveis ou inimagináveis. É isso que tem sido visto e destacado ultimamente, e de forma cada vez mais ampla, por um grupo cada vez maior de agentes econômicos, muitos dos quais até pouco tempo rendidos incondicionalmente à visão neoliberal (segundo a qual bastariam o ajuste fiscal, as reformas microeconômicas e a inflação baixa para atingirmos os máximos resultados possíveis).
Salta aos olhos nesse sentido também o apoio crescente que vêm recebendo duas medidas centrais a nosso juízo no curto prazo: de um lado, um pacote agressivo de suporte financeiro para pequenas, médias e grandes empresas e, de outro, um amplo programa de garantia de renda mínima ao vasto conjunto das pessoas mais vulneráveis no momento (desempregados, informais, pequenos proprietários etc.).
Não ignoro, porém, a existência de importantes desafios operacionais e políticos no curto prazo para a materialização e calibragem dessas iniciativas, desafios que certamente demandarão ajustes do lado técnico e ampla mobilização e união das lideranças mais responsáveis e pragmáticas na esfera política. Também não desconsidero a importância de outras medidas estruturais de médio e longo prazo, essas sim mais difíceis de articular politicamente. Quanto a estas medidas, a despeito de sua importância, vale frisar que são desafios posteriores, ou seja, são esforços que têm que ser pensados, discutidos e negociados desde já, mas que não farão tanta falta por ora na fase mais aguda da crise.
Explicação:
você poderá encontrar nesse texto.
Espero que tenha ajudado