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O primeiro impacto do novo coronavírus na economia global foi a paralisação das indústrias chinesas. De carros a iPhones, as cadeias de produção mais variadas espalhadas pelo planeta passaram a sofrer um choque inesperado, provocado pelo organismo microscópico que escapou do mercado de animais na cidade chinesa de Wuhan.
Microorganismos não têm passaporte, ignoram fronteiras. Uma vez num país, espalham-se seguindo tão-somente as leis da natureza. O combate à ameaça que representam à humanidade exige ação global, mas não pode prescidir de medidas adotadas localmente. Dessa tensão decorrem dúvidas ainda sem resposta sobre a Covid-19. Para além do choque inicial, qual será o impacto dela na globalização? Que tipo de efeito terá nos movimentos nacionalistas que têm ganhado força no mundo?
Os países de maior sucesso no combate à pandemia – Cingapura, Hong Kong ou a própria China – fazem parte daquilo que o acadêmico Bruno Maçães chama de “cosmópole de Confúcio”. De acordo com ele, o coronavírus tem demonstrado a eficácia maior do modelo chinês sobre o americano para lidar com os desafios sociais e tecnológicos do novo milênio. É uma tese discutível. Maçães tem, de todo modo, razão numa conclusão: “O mundo parecerá muito diferente do outro lado do túnel em que acabamos de entrar”.
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