O cacto
Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária:
Laocoonte constrangido pelas serpentes,
Ugolino e os filhos esfaimados.
Evocava também o seco nordeste, carnaubais
caatingas...
Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades
excepcionais.
Um dia um tufäo furibundo abateu-o pela raiz.
O cacto tombou atravessado na rua,
A
Quebrou os beirais do casario fronteiro,
Impediu o trânsito de bonde, automóveis, carroças,
Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro
horas privou a cidade de iluminação e energia:
- Era belo, áspero, intratável.
BANDEIRA. Manuel. Poesias Rio de Janeiro. Editora Jose Olympio, 1955
A referència a estátuas de Laocoonte e Ugolino, personagens de histórias clássicas, colabora com
o caráter inovador do poema modernista por
luisguilhermeferreir:
rapazzzz fazz o enem do sas direitooo
Respostas
respondido por:
1
O poeta Manuel Bandeira apresenta na sua obra, a imagem do cacto como uma expressão de um estranho tipo de beleza, a qual não converge com delicadeza, muito menos com harmonia.
Nesse trecho podemos fazer a constatação do que foi discutido no parágrafo anterior, veja: ''- Era belo, áspero, intratável.''
Veja algumas obras famosas de Manuel Bandeira:
- Vou-me Embora pra Pasárgada
- Pneumotórax
- Andorinha
Perguntas similares
4 anos atrás
4 anos atrás
4 anos atrás
6 anos atrás
6 anos atrás
6 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás