Desafio
Leia o início de uma matéria sobre sexualidade e educação, publicada em uma revista para educadores:
"Neste fim de semana surgiu, numa conversa com amigos, o tema das configurações familiares. A filha de uma amiga, de cinco anos, contou que um de seus coleguinhas tinha dois pais. Imediatamente, um dos presentes fez o seguinte comentário: - Deve ser muito ruim ser filho de um casal gay! Comigo, que sou filho de pais heterossexuais, mas que não se casaram e nem moraram juntos, já foi complicado de lidar com o preconceito e a ignorância das pessoas." (Revista Escola, 2014.)
De acordo com o último censo do IBGE, o modelo de família formado por um casal heterossexual e seus próprios filhos deixou, pela primeira vez, de ser majoritário no Brasil. De acordo com o censo, existem pelo menos 19 tipos de arranjos familiares diferentes daquele formado por pais que moram juntos de seus filhos, dentre os quais: casais sem filhos, várias gerações sob o mesmo teto, casais homossexuais, pais solteiros e seus filhos, avós que criam seus netos, irmãos ou irmãs que criam irmãos mais novos ou simplesmente vivem juntos, e ainda diversos arranjos com pais divorciados e a união de filhos de pais diferentes.
Diante desta realidade, qual vem a ser o papel da escola? Pense nos objetivos prioritários da escola e aponte ações propositivas, a serem assumidas pela escola, em apoio a estas famílias que compõem a diversidade dos lares brasileiros na atualidade.
Respostas
Resposta:
O papel da escola, por meio de seus educadores, é bastante amplo quando se trata da diversidade de arranjos e relações familiares, especialmente diante dos modelos outrora menos ortodoxos, mas que são cada vez mais comuns no âmbito da sociedade ocidental. Uma forma de trabalhar a questão é oferecer apoio direcionado aos alunos e pais de lares com conformações diferentes, estabelecendo um canal de comunicação que os ajude a expressar eventuais desvios no trato com a situação. Alunos e outros pais menos conscientes e respeitosos, podem ocasionar momentos de frustração e até experiências de dor, por causa de algum preconceito. Mas os professores também não estão isentos de incorrerem nestes erros. É preciso que a gestão conscientize seus profissionais sobre a necessidade do convencimento da validade dos arranjos familiares, em que pessoas adultas e aptas à educação assumem a tarefa de educar e acompanhar o desenvolvimento de seus filhos e parentes.
Em todos os casos, ao menor sinal de perseguição ou de preconceito, um professor deve ser capaz de saber intervir. O tema pode ser tratado em sala de aula, a fim de identificar tabus e falsas crenças. A escola pode ainda organizar, tanto para alunos quanto para seus familiares, ou ainda para os profissionais, uma série de palestas, rodas de conversa em que estes e outros assuntos sobre a pauta da diversidade sejam elencados e trabalhados a contento. Alunos menores não denotam grandes dificuldades para compreender o tema, que pode ser trabalhado com eles de uma forma natural e sem muito detalhamento. Um aluno pequeno compreende facilmente que enquanto ele tem um pai e uma mãe, seu colega possui dois pais e o outro colega tem apenas sua vovó. Deste modo, paulatinamente, o tema família pode ser incorporado às grades curriculares. Isto pode se dar de uma forma dinâmica e dentro do conjunto de matérias estudadas. Por fim, datas comemorativas como o dia dos pais e o dia das mães, podem ser planejadas de modo a contemplar a diversidade dos arranjos familiares. Algumas escolas, por exemplo, usam a data para trabalhar o conceito de paternidade e maternidade, não suprimindo seu significado natural, mas alargando o entendimento do mesmo. Outras fizeram a opção de reunir estas datas em um "dia da família", com a anuência dos pais e responsáveis por seus alunos.
Explicação: