O mestre Antonio Candido, já pelos idos de 1980, nos ensinava que a literatura é um
direito humano porque é um bem indispensável à nossa humanização. E é indispensável
à nossa humanização porque realiza funções fundamentais para o nosso
desenvolvimento enquanto seres humanos. A literatura estimula e alimenta nossa
imaginação, que é a essência da nossa humanidade; nos provoca e possibilita o exercício
da alteridade, pois nos coloca no lugar de outra pessoa (as personagens); contribui para
o desenvolvimento do nosso repertório linguístico, aumentando nossa capacidade de
comunicação com o mundo; e, ainda, nos propicia de uma outra maneira conhecer o
desenvolvimento do mundo e os conhecimentos produzidos ao longo da história.
Nenhum ser humano vive sem sonhos, sem imaginação. Os sonhos, no sentido da
imaginação, são a principal matéria da cultura. Diferentemente de outras espécies –
além do polegar opositor e da racionalidade – tudo o que o ser humano constrói, antes
de construído, foi imaginado. Quando imaginamos uma casa – a “casa dos nossos
sonhos” – a idealizamos e depois a construímos. Quando terminamos de construir já
temos outra imagem, outro sonho, já queremos “aperfeiçoar” o que antes era ideal, e
assim sucessivamente. Podemos dizer que nossa imaginação e nossos sonhos
alimentam a nossa vida, o nosso movimento no mundo.
À medida que lemos, vamos criando imagens, essas imagens nos transportam para
outro tempo e outro espaço. Essa viagem no tempo e no espaço nos ajuda a perceber,
ainda que inconscientemente, que a realidade não está dada, não é imutável, não é
congelada, assim é porque assim tem que ser. Isso fortalece nossa capacidade de
transformar as coisas, as nossas realidades. Esse exercício também nos alimenta a
alteridade, quando nos colocamos no lugar de outra pessoa e podemos sentir empatia.
O exercício de ler literatura aos poucos vai nos permitindo perceber que nossas
múltiplas visões e interpretações da realidade se entrecruzam, dialogam com os textos
e se transformam em outras percepções de mundo, ampliado, múltiplo, possível. Com
isso, nos desenvolvemos, desenvolvemos nosso olhar, desenvolvemos nossa
humanidade, “saímos da caixinha”.
Bem, se entendemos a importância da literatura no desenvolvimento da nossa essência
humana, compreendemos perfeitamente o que dizia Antonio Candido, quando afirmou
que a literatura é um direito humano.
1. O texto “O direito à Literatura”, trazido nessa questão, vai de encontro às ideias
trazidas no vídeo de Antônio Cândido assistido na aula de hoje, em que o
ouvimos dizer que “a literatura melhora muito o ser humano”. Explique de forma
sucinta o que você aprendeu com a leitura desse texto.
Respostas
Resposta:
1)Com esse texto aprendi que a literatura e a chave para começar sua vida
Explicação:
2(a)
Resposta:
Em seu texto Direitos humanos e Literatura, Antonio Candido defende que a literatura é, ou ao menos deveria ser, um direito básico do ser humano, pois a ficção/fabulação atua no caráter e na formação dos sujeitos.
Primeiramente, ele destaca o que são os direitos humanos, aqueles ligados a alimentação, moradia, vestuário, instrução, saúde, a liberdade individual, o amparo da justiça pública, a resistência a opressão, bem como o direito à crença, à opinião, ao lazer. Este são bens que asseguram a sobrevivência física e também a integridade espiritual. Neste gancho, Candido indaga: e por que não o direito à arte e à literatura também?
Segundo o crítico, a literatura se manifesta universalmente através do ser humano, e em todos os tempos, tem função e papel humanizador. Mas como essa humanização se dá?
Explicação: