em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver muito tempo, por ser um "cardisplicente" - o quê? - cardisplicente. aquele que desdenha do próprio coração. entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. - "cardisplicente" não existe, você inventou - triunfei. - mas se eu inventei, como é que não existe? - espantou-se o meu amigo. semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes. "- mas se eu inventei, como é que não existe?" segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto,
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A língua, para o amigo do narrador, era um código aberto, a ser enriquecido com contribuições pessoais.
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