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O Poema "Não Há Vagas" de Ferreira Gullar é um poema do Movimento Literário Modernista. Sua temática está voltada para a crítica da sociedade e para a exposição das mazelas sociais, mas principalmente para uma crítica à própria poesia. O Eu-lírico, por meio da metalinguagem, critica a falta de compromisso com a realidade social na construção poética.
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
( Ferreira Gullar )
a) A parte em itálico representa a primeira parte do poema. O restante respresenta a segunda parte.
b) A primeira parte fala do que não "cabe" no poema. Na segunda parte o eu-lírico faz referência ao que cabe no poema. Por meio dessa construção o Eu-lírico estabelece uma crítica à poesia que não é engajada e não se preocupa com a realidade social.