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As religiões Afro-brasileiras surgiram após a junção da cultura de diversos povos africanos trazidos entre os séculos XVI e XIX. Elas possuem influências de religiões vindas da Europa, como a Catolicismo e o Kardecismo. Além disso, elas possuem características especificas de cada região do país.
As religiões afro-brasileiras são aquelas originadas na cultura de diversos povos africanos trazidos como escravos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX. Tendo um importante papel na preservação das tradições culturais dos diferentes grupos étnicos negros, há também, atualmente, um grande número de brancos e outros grupos étnicos que aderem a tais religiões, em especial o candomblé e a umbanda.
Crenças
No tocante especificamente ao Candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não materializam; caso não divinizados (os egunguns), materializam em vestes próprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materialização" no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita.
Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá, (oráculo) e merindilogum.
Dependendo da nação ou linha de candomblé, os candomblés tradicionais não fazem a princípio contato com espíritos através da incorporação para consultas, é possível mas não é aceito.
Já o candomblé de caboclo tem uma ligação muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, os caboclos são diferentes da Umbanda.
E existem os candomblés cujos pais de santo eram da Umbanda e passaram para o candomblé que cultuam paralelamente os Orixás e os guias de umbanda.
No candomblé, todo e qualquer espírito deve ser afastado principalmente na hora da iniciação, para não correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orixá, o iaô recolhido é monitorado dia e noite, recorrendo-se ao Ifá ou jogo de búzios para detectar a sua presença. A cerimónia só ocorre quando este confirma a ausência de eguns no ambiente de recolhimento.
Afastam todo e qualquer espírito (egum), ou almas penadas, forças negativas, influências negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e más influências, bons e maus acompanhantes (espíritos), através do jogo de Ifá poderá se determinar se essas influências são de nascimento Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma.
Os espíritos são cultuados, nas casas de candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como Exu, são considerados protetores da comunidade.
Existem orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oiá, Ogum, Oxóssi. Viveram e morreram. Os que teriam feito parte da criação do mundo teriam se retirado para o Orum, caso de Obatalá e outros chamados Orixá funfum (branco).
Existem as árvores sagradas, que são as mesmas das religiões tradicionais africanas, onde os orixás são cultuados pela comunidade, como é o caso de Irocô, Apaocá, Acocô, e também os orixás individuais de cada pessoa, que são parte do Orixá em si e a ligação da pessoa iniciada com o orixá divinizado.
Ou sejaː numa pessoa que é de Xangô, seu orixá individual seria uma parte daquele Xangô divinizado com todas as suas características ou, como chamam, arquétipo.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado; outros dizem ser uma incorporação, mas isso é rejeitado por muitos membros do candomblé, que justificam que nem o culto aos egunguns é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.
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