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Os riscos do poder paralelo são muitos. Eles nos ameaçam todos os dias. Acabam por levar nossas vidas sem que percebamos onde o condutor está. Ele existe e tem uma influência imensa em nossas vidas. Mas como podemos definir o “poder paralelo”. Ele se expressa de muitas formas.
O mais conhecido dos poderes paralelos é do crime organizado, que se apodera de territórios urbanos, em grandes centros, alicia a população, forma uma rede de relações criminosas que manipula relações e promove a violência. O tráfico de drogas, tráfico de armas, prostituição, roubos, contrabando, tudo o que se pode ter de ação ilícita e enfrentamento das forças oficiais de segurança.
Inclusive, o confronto entre o poder paralelo e as forças de segurança públicas são constantes. Deixam vítimas e marcam os noticiários dos jornais diariamente. O crime, em grande parte, tem uma ordem, uma lógica de comando, um poder paralelo. Ele se sustenta influenciando, também, a ordem oficial. A estrutura aparentemente legal também é contaminada. Há um braço do poder paralelo dentro da ordem que consideramos lógica. Este “braço” tem força e pode interferir em nosso destino mais do que imaginamos.
Mas o tema aqui não é só o poder paralelo do crime organizado. Quero falar do poder paralelo também no dia a dia. Na nossa vida. Naquilo que fazemos constantemente. A influência de um poder que não se declara e que acaba por ter o comando. As infiltrações de pessoas que não tem o cargo de liderança e lideram. Contudo, uma liderança perniciosa que destrói a lógica do que deve ser feito e gera uma outra, a do interesse obscuro.
Esta condição acaba por fazer com o que é dito não seja praticado. Leva a condutas desorientadas na vida que construímos. Estamos sempre sendo lembrados da legalidade, da obediência ao poder estabelecido, oficial, lógico, racional, aquele que declaramos como legítimo, porém, que não tem o real controle da situação.
Este tipo de poder corrói as possibilidades de acerto. Limita a nossa compreensão do contexto que vivemos e das ações que devemos tomar para superar nossas dificuldades. Manipula nossas intenções. Ele sempre se coloca de forma concreta em nossas vidas e não pode ser denunciado. No organograma oficial ele não existe, porém, é real.
Temos que acabar com este tipo de condição. Temos que combater o poder paralelo. Eliminar a manipulação sórdida da regra para o benefício de alguns. Estes senhores do poder que vivem nos porões têm, inúmeras vezes, a cumplicidade de quem deveria denunciá-los, combate-los e condená-los.