Respostas
Resposta:
O conhecimento histórico desde sua emancipação da literatura e da filosofia tem
epistemologicamente sido questionado. Sua validade, verdade e certezas foram questionadas não
apenas por filósofos, literatos, sociólogos, mas também pelos próprios historiadores. Nessa
perspectiva, Adam Schaff (1995) produziu a obra História e Verdade, na qual reconheceu os
problemas da objetividade na História e suas implicações para os ideais de verdade, no entanto,
apresentou profunda análise sobre as possíveis soluções dessa problemática, afinal, seria a História
verdadeira e objetiva?
Segundo Schaff (1995), é preciso primeiro diferenciarmos objetividade de subjetividade. O
primeiro é um conhecimento que provém do objeto, é universal e isento de carga emocional,
enquanto o segundo é proveniente do sujeito, é particular e emocionalmente colorido. Por isso, o
conhecimento objetivo é aquele que reflete o objeto. Sendo assim, precisamos reconhecer que
devido a participação do “sujeito” (pesquisador) na construção do conhecimento histórico a sua
objetividade contém sempre parte de subjetividade.
Dessa forma, a primeira pista que o autor nos dá é de que uma possibilidade para
delimitarmos a subjetividade no conhecimento histórico é conhecer e precisar o subjetivo que o
sujeito traz ao objeto. No entanto, não podemos confundir subjetividade com essa consciência da
posição, participação do observador no objeto.
É inegável que o historiador é parte da história construída. Entretanto, é preciso atentarmos
para o fato que existem dois tipos de subjetividade, a primeira é boa e a segunda é má. A boa
subjetividade é aquela que provém da essência do conhecimento como relação subjetivo-objetiva e
do papel ativo do sujeito na produção desse conhecimento. A má é a subjetividade deformante do
objeto que é inserida por interesses particulares e parciais.
Diante dessa constatação, a objetividade histórica seria a distância entre a subjetividade boa
e a má e não a eliminação total da subjetividade, pois a história não é uma ciência objetiva, e isso
não é novidade, ela possui uma intenção científica, ou seja, um compromisso ético com a
objetividade e com a verdade, assim em história “a definição de objetividade tornou-se ética”
(RICOEUR, 1955:34). Como já tratado nesse capítulo, a ética na pesquisa histórica é fundamental
para a minimização das subjetividades e preservação das verdades das fontes.
espero ter ajudado bj ❣️