Texto III:
Um encontro inesperado
- O que está fazendo por aqui, garoto? - perguntou o detetive Andrade, saltando do carro e segurando Miguel pelo braço.
- O que você quer nesta casa? - Eu? Nada... -respondeu Miguel, tentando livrar-se do aperto.
- Você não sabe que casa é esta? Vamos, responda!
O detetive Rubens colocou-se entre os dois. Afastou Andrade firmemente com uma das mãos e passou o outro braço em torno dos ombros de Miguel.
- Calma, Andrade. Deixe o garoto comigo.
- Não se meta, Rubens. Eu quero saber o que esse moleque está fazendo aqui. Esta é a casa daquele garoto que desapareceu lá do Dante. Eu quero saber...
Miguel tentou manter a cabeça no lugar. Percebeu que o jeito era bancar o garoto assustado:
- Eu... eu não sabia. O que é que tem essa casa? Eu ia falar com um amigo que...
- Ah, é? - gozou Andrade. - E você também estava visitando amiguinhos quando foi fazer perguntas na casa daquela menina que desapareceu do Equipe? E na casa daquele garoto que sumiu do Vera? Hein? Responda!
Por um instante Miguel não soube o que responder. Ele estava sendo seguido o tempo todo! Por quê? Será que Magrí, Calú e Crânio também estavam sendo seguidos? Era preciso pensar depressa. Se a polícia desconfiava dele, era por causa de alguma coisa que ele tinha dito ou feito no interrogatório lá na sala do professor Cardoso, o diretor do Elite. Então não haveria razão para desconfiar dos outros três, a menos que a polícia soubesse da existência dos Karas. Impossível! Ou não? Ou... teria o Chumbinho aberto o bico?
Aos poucos, a voz calma do detetive Rubens trouxe de novo o líder dos Karas à realidade: - Desculpe, Miguel, mas é verdade. Você andou visitando as casas de dois dos garotos desaparecidos. Nós sabemos. Por quê? O que você tem a ver com isso?
- Nada. É que... Pela primeira vez Miguel estava atordoado. Sua presença de espírito, tão brilhante em situações inesperadas, não lhe trazia qualquer inspiração.
Andrade não estava para brincadeiras:
- Você não acha suspeitas essas suas visitinhas, garoto? Logo quando um colega seu também sumiu?
- O senhor está enganado. Eu vim...
- Garoto, acho melhor me acompanhar até à delegacia. Acho que temos umas coisinhas a esclarecer.
- Espera aí, Andrade - interrompeu Rubens. - O rapaz é menor. Você não pode...
- Posso. Eu não estou prendendo o garoto. Estou apenas querendo interrogar uma possível testemunha.
(BANDEIRA, Pedro. A droga da obediência. São Paulo: Moderna. 1999 - Fragmento)
A modalização do texto consiste em revelar as intenções do autor ao escrevê-lo ou pronunciá-lo. Observe esta fala do detetive Andrade:
“- Você não acha suspeitas essas suas visitinhas, garoto? Logo quando um colega seu também sumiu? “
Sobre a intenção de Andrade ao usar o diminutivo, é correto afirmar que a empregou para
A
demonstrar ironia em sua fala.
B
expressar orgulho em sua pergunta.
C
denotar tristeza em suas palavras.
D
revelar simpatia em sua indagação.
Respostas
respondido por:
7
Resposta:a ironia
Explicação:
respondido por:
0
Resposta:
letra A
Explicação:
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