A Coisa
A casa do avô de Alvinho era uma dessas casas antigas, grandes, que têm dois andares e mais um velho porão, onde a família guarda tudo que ninguém sabe bem se quer ou não quer.
Um dia Alvinho resolveu ir lá embaixo procurar uns patins que ele não sabia onde é que estavam. Pegou uma lanterna, porque as lâmpadas do porão estavam queimadas, e foi descendo as escadas com cuidado.
No que foi, voltou aos berros:
— Fantasma! Uma coisa horrível! Um monstro de cabelo vermelho e uma luz medonha saindo da barriga.
Ninguém acreditou, está claro! Onde é que já se viu monstro com luz saindo da barriga? Nem em filme de guerra nas estrelas!
Então o vovô foi ver o que havia. E voltou correndo, como o Alvinho:
— A Coisa! — ele gritava. — A Coisa! É pavorosa! Muito alta, com os olhos brilhantes, como se fossem de vidro! E na cabeça uns tufos espetados pra todos os lados!
Nessa altura, a família toda começou a acreditar. E tio Gumercindo resolveu investigar. E voltou, como os outros, correndo e gritando:
— A Coisa! É uma Coisa! Com uma cabeça muito grande, um fogo na boca. É muito horrorosa!
O Alvinho já estava roendo as unhas de tanto medo. Dona Julinha, a avó de Alvinho, era a única que não estava impressionada.
— Deixa de bobagem, Alvinho. Pra que este medo? Fantasmas não existem!
— Mas o meu existe! — disse Alvinho.
— Tá bem, tá bem, eu vou — disse Dona Julinha. Eu vou ver o que há...
E Dona Julinha foi tirar a limpo o que estava acontecendo. Foi descendo as escadas devagar, abrindo as janelas que encontrava.
A família veio toda atrás, assustada, morrendo de medo do monstro, fantasma, alma penada, fosse ele o que fosse. Até que chegaram lá embaixo e Dona Julinha abriu a última janela.
Então todos começaram a rir, muito envergonhados.
A Coisa era... um espelho!
Dona Julinha tinha levado o espelho para baixo e tinha coberto com um lençol (Dona Julinha não tinha medo de fantasmas, mas tinha medo de raios...).
Um dia o lençol desprendeu e caiu e se transformou na... Coisa...
Cada um que descia as escadas, no escuro, via uma coisa diferente no espelho. E todos eles pensavam que tinham visto... a Coisa.
A Coisa eram eles mesmos!
Não ria, não! Você já reparou como um espelho no escuro é esquisito?
Ruth Rocha
Um dos elementos que ajudam a construir o ar de mistério do texto é o(a)
dúvida sobre a veracidade do ocorrido, pois o narrador afirma que um monstro como a "Coisa" não se vê "nem em filme de guerra nas estrelas".
fato de Dona Julinha se manter calma e sem temer o suposto fantasma, demonstrando já saber o que havia ali.
medo das personagens ao saírem do porão, tendo a certeza de que havia uma espécie de monstro no local.
temor do avô de Alvinho, que foi o único a acreditar que havia algo de sobrenatural no porão.
Respostas
Resposta:
Bem, isso é só uma história. Todos podem te responder para ganhar pontos.
Resposta:
legal
me ajudem pfv
A coisa
A casa do avó de Alvinho era uma dessas casas antigas, grandes, que têm dois andares e mais
um velho porão, onde a familia guarda tudo que ninguém sabe bem se quer ou não quer.
Um dia Alvinho resolveu ir lá embaixo procurar uns patins que ele não sabia onde é que
estavam. Pegou uma lanterna, porque as lâmpadas do porão estavam queimadas, e foi descendo
as escadas com cuidado.
No que foi, voltou aos berros:
- Fantasmal Uma coisa horrivell Um monstro de cabelo vermelho e uma luz medonha saindo
da barriga.
Ninguém acreditou, está claro! Onde é que já se viu monstro com luz saindo da barriga? Nem
em filme de guerra nas estrelas!
Então o vovó foi ver o que havia. E voltou correndo, como o Alvinho.
-A Coisa! - ele gritava. A Coisa! É pavorosa! Muito alta, com os olhos brilhantes, como
fossem de vidro! E na cabeça uns tufos espetados pra todos os lados!
se
Nessa altura a familia toda começou a acreditar. E tio Gumercindo resolveu investigar. E voltou,
como os outros, correndo e gritando:
-A Coisal É uma Coisal Com uma cabeça muito grande, um fogo na boca. É muito horrorosal
O Alvinho já estava roendo as unhas de tanto medo. Dona Julinha, a avó de Alvinho, era a
única que não estava impressionada.
- Deixa de bobagem, Alvinho. Pra que este medo? Fantasmas não existem!
- Mas o meu existe! -disse Alvinho.
-Tá bem, tá bem, eu vou - disse Dona Julinha. Eu vou ver o que há...
E Dona Julinha foi tirar a limpo o que estava acontecendo. [...]
A Coisa era... um espelho!
Dona Julinha tinha levado o espelho para baixo e tinha coberto com um lençol (Dona Julinha
não tinha medo de fantasmas, mas tinha medo de raios...).
Um dia o lençol desprendeu e caiu e se transformou na... Coisa..
Cada um que descia as escadas, no escuro, via uma coisa diferente no espelho. E todos eles
pensavam que tinham visto... a Coisa.
A Coisa eram eles mesmos!
ROCHA, Ruth A coise São Paulo: Methoramentos Disponível em: <https:/by/35Me Acesso em 11 nov 2020 Fragmento (P06027417_SUP)
09) (Pos027a) Qual é o conflito que dá inicio à história narrada nesse texto?
A) A afirmação de Dona Julinha de que fantasma seria bobagem.
B) A decisão de Tio Gumercindo de investigar o fantasma.
C) A descoberta do fantasma no porão por Alvinho.
D) A descrição feita pelo vovô de como seria a Coisa.