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Este artigo objetiva averiguar quais foram os principais construtos teóricos aos
quais Estrabão se utilizou em sua obra Geografia, sobretudo nos Prolegômenos, para
fundamentar a ontologia, que trata do ser concebido como tendo uma natureza comum
que é inerente a todos e a cada um dos seres.
A metodologia se pautará num método histórico que analisará os construtos
teóricos que fundamentaram a ontologia da obra Geografia, essencialmente nos livros I
e II, em que estão expostos a estrutura e o escopo da obra, bem como uma descrição
geral do mundo conhecido na época e suas ideias sobre a ontologia da Geografia.
Apesar de declarar que todos os seus mestres, enquanto jovem, tenham sido
gregos da Ásia Menor e aristotélicos, Estrabão declara-se estoico, como também
estoicas são as suas ideias que estão inseridas nos conceitos referentes à inteligência que
compõe o mundo a partir dos sentidos, nas obras da natureza e no papel da Providência,
que engendra os seres vivos e produz transformações dentro da unidade do todo.
Deste modo, em uma análise comparativa, será elaborado um diálogo entre os
fundamentos teóricos que Estrabão utilizou na obra Geografia, e os fundamentos
referentes à filosofia estoica, a qual se autodeclara, para sabermos até que ponto o
estoicismo fundamenta a ontologia utilizada em sua obra.
Palavras-chave: Estrabão, geografia, ontologia.
A ONTOLOGIA AFERIDA NOS PROLEGÔMENOS DA OBRA
“GEOGRAFIA” DE ESTRABÃO
A maior parte das informações sobre Estrabão foram retiradas da sua própria
obra, Geografia. Ele refere-re à cidade de Amasia, na Turquia, como “nossa cidade” e, a
partir disso, deduz-se que esta seja sua cidade natal. Amasia fora capital do Ponto,
região do norte da península da Anatólia, ao sul do mar Negro.
Descendente de uma família pertencente à aristocracia regional do Ponto,
Estrabão é um grego da zona oriental, tendo sofrido influência da língua e cultura helena. Descendia, por parte de mãe, de uma importante família grega que desempenhou
importante papel nos assuntos políticos da época. Seu avô materno, chamado
Moafernes, era um membro do partido antirromano de Mitrídates, enquanto outro
membro da família, o general Dorilaos, foi derrotado pelos exércitos do ditador romano
Sula.
O reino do Ponto foi fundado por Mitrídates I, ao final do século IV e
permaneceu sempre independente das grandes monarquias helenísticas. Mas com a
morte de Mitrídates Eupator terminou o período de independência grega em relação a
Roma1
. Portanto, Estrabão (63 ou 50 a.C. a 24 d.C)2 é contemporâneo da derrota final
de Mitrídates por Pompeu, culminando com a conquista romana sobre sua terra natal,
impactando a sua família em muitos aspectos, principalmente a partir de 64 a. C.3
Portanto, Estrabão é contemporâneo de Augusto, e seu nascimento coincide com
o fim da independência do Reino do Ponto. Sua infância e juventude transcorreram
perante sucessivas guerras civis, porém, com o domínio romano na região, Estrabão
passa a aceitar o poder de Roma, dando parecer favorável à volta da ordem na região.
No entato, sua Geografia, provavelmente, foi escrita, sobretudo, nos primeiros anos do
reinado de Tibério4
, que supõe-se ter coincidido com a sua morte, posterior a 23 d.C.,
data em que morreu o rei da Maurúsia, Juba II, fato mencionado em sua Geografia.
O jovem Estrabão, estudou gramática e retórica com Aristodemo de Nisa, que
era parente do estoico Posidônio, que muito o influenciou. Desde jovem, Estrabão
viajou muito, tendo ido a Itália, sobretudo a Roma, várias vezes, bem como a muitos
lugares da Ásia Menor, e também esteve em Alexandria. Seus principais mestres, na
adolescência, segundo ele, foram gregos de Ásia Menor e aristotélicos, como Tirano de
Amiso, cuja atividade peripatética se exerceu em Roma, onde teve acesso às obras de
Aristóteles e Teofrasto, e quando esteve no Egito, deparou-se com a biblioteca de que
dispunha Eratóstenes, tendo conhecido a Zenódoto e a Aristarco, e do próprio
Eratóstenes cita outras obras além de sua Geografia. Apesar de seus mestres terem sido
principalmente peripatéticos, Estrabão declara-se filósofo estoico5
, por isso a maioria
dos filósofos citados do século I pertenecem a estas duas escolas.
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No momento da dispersão dos filósofos alexandrinos com a ascensão ao poder
de Ptolomeu VIII, em 145 a.C., outras cidades gregas beneficiaram-se da diáspora.
Explicação:
Espero ter ajudado :)
Resposta:
Descendente de uma família pertencente à aristocracia regional do Ponto, Estrabão é um grego da zona oriental, tendo sofrido influência da língua e cultura hele- na. Descendia, por parte de mãe, de uma importante família grega que desempenhou importante papel nos assuntos políticos da época.