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Ao falar sobre a condição da mulher na sociedade colonial, vemos que vários trabalhos enfocam apenas a dominação definida pela sociedade patriarcal. Na verdade, a maioria das mulheres era subordinada aos pais e maridos. Muitos documentos descrevem episódios de agressão, prisão e perseguição. No entanto, também precisamos expor a participação das mulheres de outras maneiras que estão fora da lógica de dominação. Apesar de serem moralmente marginalizadas, essas mulheres ficam impressionadas com as estratégias e ações que determinam sua sobrevivência em um mundo dominado por imagens masculinas. Frequentemente, a prostituição parece ser um meio de sobrevivência. No ambiente familiar, também podemos perceber a influência da mulher no trato com os servos, e mesmo na negociação de direitos e tarefas autorizadas ou permitidas pelo marido. Além disso, relatos ilusórios dão às mulheres a capacidade de fazer poções, orar secretamente, amaldiçoar a peste ou determinar a cura para o paciente. Portanto, vemos que o status das mulheres no ambiente colonial é mais diverso do que pensávamos. No período da economia aurífera, os centros urbanos coloniais foram progressivamente tomados por estabelecimentos comerciais que abasteciam a população local. Segundo recentes pesquisas realizadas pela historiadora brasileira Mary Del Priore, uma farta documentação do século XVIII indica que o número de mulheres envolvidas no comércio era bastante significativo. No ano de 1776, o comércio de Vila Rica tinha setenta por cento de seus estabelecimentos administrados por mulheres.
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