Paciente do sexo masculino, branco, 61 anos, 80 kg, diabético, hipertenso e etilista crônico, com suspeita de COVID-19, foi admitido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) clínica de um hospital de alta complexidade, proveniente do serviço de emergência, por quadro de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA).
(...) chegou à emergência do hospital com febre persistente havia 5 dias, astenia, diarreia, perda do paladar, tosse seca (nas últimas 72 horas), cefaleia e dispneia intensa (nas últimas 24 horas), associadas à intensa ansiedade. Esses três últimos sintomas o levaram a procurar o serviço de urgência dia 24/05/20, sendo diagnosticada Pneumonia viral, com suspeita de COVID-19. Inicialmente o paciente recebeu suplementação de O2 por cateter nasal a 3L/min e foram prescritos oseltamivir, hidroxicloroquina e azitromicina, além de medicamentos sintomáticos e profiláticos. Entretanto, evoluiu com piora da dispneia e tosse persistente, necessitando de maior oferta de oxigênio (10L/min) e de medidas de recrutamento alveolar, sendo colocado na posição de prona. Apesar das medidas tomadas, evoluiu com piora clínica, taquidispneia e períodos de desorientação no tempo e espaço, e foi transferido para a UTI clínica COVID-19.
Conforme registro da equipe de enfermagem, paciente usava em domicílio enalapril 10 mg 1 com 12/12h (desde 2015); metformina 850 mg 1 com após café, almoço e jantar (desde 2018); hidroclorotiazida 25 mg 1 com ao dia (desde 2017). Além disso, a esposa do paciente informou que ele se automedicou com ivermectina para a diarreia e ibuprofeno para febre, e tomou chá de camomila para aliviar a ansiedade.
Nega alergias medicamentosas e alimentares.
Na UTI, foi admitido com estado geral ruim, sonolento, desorientado e taquidispneico (+++/4+). FC: 117 bpm, PA: 80x60 mmHg, SatO2 99%, em prona, com máscara reservatório de O2 15L/min, FR: 26 rpm, sem sialorreia. TGI sem alterações, glicemia: 300 mg/dl, febril (38,1ºC), acianótico, sem sangramentos e sem teto edemas. Evoluiu com rebaixamento de sensório e em franca dispneia, sendo necessário realizar intubação orotraqueal. Foi aberto protocolo de sepse, com coleta de hemoculturas.
Apresentava quadro de leucocitose (12.651/mm3), PCR elevado (15,4 mg/dL), Ddímero elevado (3.250 µ/L) e série vermelha, plaquetas, coagulograma normal.
Após 3 dias internado, o paciente evoluiu com choque séptico (raio X sugestivo de infecção de foco pulmonar/suspeita de broncoaspiração) disfunção eletrolítica (hipocalcemia e hipercalemia) e exame de creatinina 5,42 mg/dL. Foi iniciado terapia antimicrobiana com Meropenem 1g E.V. em 8/8h e Teicoplanina 3 doses de 400mg E.V.12/12h. (Meropenem – Laboratório Eurofarma; Teicoplanina – Laboratório Sanofi Avents).
Com base no caso clínico, faça o que se pede:
a) Calcule/estime a taxa de filtração glomerular do paciente e descreva sua interpretação sobre a função renal da paciente.
b) Considerando a taxa de filtração glomerular ou clearence de creatinina, avalie as dosagens dos antibióticos e descreva a(s) intervenção(ões) que devem ser realizadas, justificando-as.
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a resposta correta é a (b)
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