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1. Adriana Varejão
Destaque no cenário da arte contemporânea nacional, a carioca Adriana Varejão (1964) trabalha principalmente com pinturas, mas tem em sua produção também obras em escultura. Seus trabalhos já foram expostas em espaços como a Bienal de São Paulo e museus como o Tate Modern, em Londres, e o MoMa, em Nova York. A obra de Varejão exposta no Santander Cultural era Cena de Interior II, uma tela de 1994 que mostra cenas de sexo entre duas figuras femininas japonesas, uma figura japonesa e um negro, dois homens brancos e um negro e duas figuras masculinas brancas indistintas com uma cabra – esta última imagem, recortada da obra completa e compartilhada sozinha nas redes, foi a que causou polêmica. A tela faz parte do acervo particular de Paulo Roberto Santi, localizado no Rio de Janeiro. Adriana Varejão ressalta que "busca jogar luz sobre coisas que muitas vezes existem escondidas" e que Cenas do Interior II é "uma obra adulta feita para adultos".
2. Alfredo Volpi
Nascido na Itália, Volpi (1896-1988) radicou-se em São Paulo desde o início da vida e tornou-se conhecido ao vencer o prêmio de melhor pintor brasileiro, na 2ª Bienal de São Paulo, em 1953 (exposição que ficou marcada por receber a famosíssima Guernica, de Pablo Picasso). Famoso por suas bandeirinhas coloridas, Volpi tem um trabalho extenso que vai de figuras coloridas e abstratas a paisagens e figuras humanas. Uma das figuras é São Sebastião, personagem da tela de mesmo nome, sem data de autoria, exposta no Queermuseu. De coleção particular, o grafite sobre papel mostra um desenho "levemente esboçado (...) (em que há) a iminência de um desaparecimento da imagem".
3. Bia Leite
Uma das jovens artistas expostas na mostra, Bia Leite (1990) nasceu no Ceará, vive em Brasília desde 2010 e se graduou em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB). Nas telas expostas, a artista se inspira em publicações do site Criança Viada – em que pessoas enviavam "fotografias antigas enquanto crianças que tinham traços/trejeitos não heteronormativos; com a intenção de celebrar esses traços, que durante toda a infância foram motivo de xingamentos e violência", segundo a autora. De acordo com o jornal brasilense Metrópoles, a coleção Criança Viada foi apresentada em diversas exposições de Brasília e chegou a ganhar o prêmio de 2º lugar na categoria "Edital LGTB: Gênero e Identidade", pela galeria paulista Transarte.
4. Cândido Portinari
Um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, considerado por muitos o pintor nacional de maior projeção internacional, Portinari (1903-1962) estava exposto com seu Retrato de Rodolfo Jozetti, pintado em 1928. A obra, que faz parte do acervo da Pinacoteca Rubem Berta, administrada pela Prefeitura de Porto Alegre, mostra um membro da Ação Integralista Brasileira (AIB), grupo de extrema-direita inspirado no fascismo italiano, "não de maneira condizente com a representatividade política do retratado, mas evidenciando uma compleição 'efeminada'", diz o catálogo da Queermuseu, que a considera uma "pintura extremamente significativa para a época".
5. Cibelle Cavalli Bastos
Artista performática multimídia, cantora e compositora, Cibelle (1978) tem quatro álbuns lançados, além de obras plásticas em diversas plataformas. Recentemente, esteve em Porto Alegre para show e debate sobre temas como misoginia, desconstrução de gênero, violência e banalização dos corpos feminino e trans. Em Queermuseu, a paulista expunha sua Is a Feeling, quadro que faz parte de sua coleção particular e utiliza materiais diversos para mostrar uma criança comendo com palitos de bambu e segurando uma tigela em que se lê "love".
6. Leonilson
Pintor, desenhista e escultor, o cearense Leonilson (1957-1993) ganhou relevância graças a sua produção autobiográfica e centrada na última década de sua vida, quando suas obras são analisadas por críticos como páginas de um diário da vida do artista. Nos últimos dois anos de vida, Leonilson descobriu que era portador do vírus HIV e o fato passa a ser determinante em sua produção. Duas obras suas estavam expostas no Santander Cultural: Leo Não Consegue Mudar o Mundo, um bordado de 1991 (ano em que Leonilson descobre ser portador do HIV), e Agora e as Oportunidades, pintura do mesmo ano.
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