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Com a Proclamação da República, em 1889, diversos problemas sociais, econômicos assolavam o país, sobretudo no Nordeste com o crescimento da violência, fome e pobreza. Assim, no final do século XIX já se notava o surgimento de focos de cangaceiros pelo norte e nordeste do país, no entanto, o movimento do cangaço adquiriu maior coerência e organização no início do século XX, o qual representou um importante fenômeno social da história brasileira, constituído por indivíduos empenhados em trazer uma nova realidade mais inclusiva e igualitária para a população do sertão nordestino.
Sem espanto, utilizando a violência, armados com espingardas, facas e punhais, os cangaceiros saíam em bandos por diversos locais do nordeste do país, saqueando fazendas, sequestrando e matando fazendeiros, impondo respeito por onde passavam.
Foi nesse contexto que a população começou a se sentir protegida, ficando ao lado dos cangaceiros, símbolos de força e honradez. Por outro lado, haviam os cangaceiros que atemorizavam populações, os quais invadiam aldeias roubavam, matavam e estupravam as mulheres.
Os cangaceiros possuíam um estilo próprio: utilizavam roupas de couro, inclusive chapéus, a fim de se protegerem, tanto da vegetação grosseira da caatinga quanto dos ataques da polícia, visto que eram perseguidos constantemente. E foi assim, que o movimento cangaceiro ultrapassou uma década, demostrando sua força, garra e dedicação.
Para saber mais: Proclamação da República
Lampião e Maria Bonita
Figura revolucionária, considerado o “Rei do Cangaço” ou “Senhor do Sertão”, Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), vulgo Lampião, nasceu em Serra Talhada, Pernambuco. Foi ex-coronel da Guarda Nacional e passou por quase todos os estados do nordeste lutando contra a injustiça.
Sua mulher, Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita (1911-1938) foi um dos ícones do movimento cangaceiro, sendo a primeira mulher a participar do grupo, a qual lutou bravamente e ficou portanto conhecida como a “Rainha do Cangaço”.
Ambos foram brutalmente assassinados enquanto acampavam na Grota de Angicos, em Poço Redondo (Sergipe), numa emboscada dia 27 de julho de 1938 preparada pelas autoridades, na época governados por Getúlio Vargas. Chegava o fim do casal ícone do cangaço, considerados pelas autoridades pessoas perigosas: Lampião e Maria Bonita.
Suas cabeças e de seus companheiros foram expostas como prêmios; somente com a aprovação do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965 as cabeças foram devidamente enterradas.
A morte dos líderes significou o fim do movimento cangaceiro, o qual se dissipou pelo norte e nordeste; alguns cangaceiros, com medo de serem degolados se entregaram às autoridades. Para alguns o movimento teve fim em 1940, com a morte de um dos cangaceiros, amigos de Lampião, Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido pelo nome: Corisco.