A invenção do conhecimento
"Em algum remoto rincão do Universo
inundado pelo fogo de inumeráveis sistemas
solares, havia uma vez um planeta, em que
animais inteligentes inventaram o conheci-
mento. Foi o minuto mais soberbo e mais men-
tiroso da 'história universal': mas também foi
somente um minuto. Depois de alguns suspiros
da natureza, o planeta congelou-se e os animais
tiveram de morrer.
Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem
por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagó-
rico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro
da natureza. Houve eternidades, em que ele (o intelecto humano) não estava;
quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Pois não há para
aquele intelecto nenhuma missão mais vasta que conduzisse além da vida
humana. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e criador
o toma com tanta paixão, como se fosse o eixo em torno do qual o Universo
pass
girasse. Mas, se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos en-
siçã
tão que ela flutua no ar com essa mesma paixão, sentindo-se o centro voante
deste mundo. Não há nada tão desprezível e mesquinho na natureza que,
um pequeno sopro daquela força do conhecimento, não transbordasse [...];
[...] mesmo o mais orgulhoso dos homens, o filósofo, pensa ver por todos os
na
lados os olhos do Universo telescopicamente em mira sobre seu agir e pensar."
1. Que história é narrado pelo autor no primeiro parágrafo do texto?
2. Qual posição Nietzsche expressa, nesse texto a respeito da razão do conhecimento humano? Cite uma passagem do texto na qual a posição se manifesta.
Alguém me ajuda? É para o dia 12/04.
Eu não entendi nada.
Respostas
Resposta:
Explicação:
1) é uma fábula acerca do planeta terra.
2) a posição nietzscheana não é nem cética nem relativista; é perspectivista.
Nietzsche afirma que é impossível conherer o fundamento da verdade, pois nem ao menos teríamos um órgão feito para isso (daí a crítica ao intelecto nessa abertura do Sobre Verdade e Mentira); tampouco que haja alguma verdade fixa a ser captada; ou seja, a crítica atinge a noção de "verdade", de "verdade como correspondência". Sem verdade não há conhecimento a ser conhecido.
Ainda que critique o conceito de verdade ele não é (1) cético pois: não suspende o juízo como os céticos, que diziam não poder determinar se X seria ou não Y. E suspendiam o juízo dado a impossibilidade de saber absolutamente qualquer uma das hipóteses.
(2) Nietzsche tampouco é relativista (todas as verdades são relativas): pois nesse caso não haveria perspectiva privilegiada. A posição que afirma que o universo é perspectivo dá mais conta da realidade do que uma explicação mecanicista da natureza, que busca findar e cerrar todas as outras explicações possíveis.
(3) Dessa forma Nietzsche é perspectivista pois afirma que assumir que a realidade possui infinitas interpretações possíveis dá mais conta do universo fluido do vir-a-ser do que uma explicação que se pretende absoluta (pois exclui a infinitude de interpretações que é próprio da existência). Se fosse relativista, todas as verdades teriam o mesmo valor, e dependeriam de quem as tivesse, unicamente. No entanto, como vemos, a posição perspectivista é privilegiada. A esse respeito conferir o § 22 de Além do Bem e do Mal, conhecido como o "aforisma do Velho Filólogo."
Maurício Pan
mestre em filosofia
A história está falando sobre a origem do conhecimento do homem.
A invenção do conhecimento
O conhecimento é algo que leva uma vida toda para ser adquirido e ainda não se conhece tudo quando partimos. Conhecer é buscar saber mais sobre o mundo, somente assim teremos como ter certeza das coisas.
1- A história narrada pelo autor é sobre o conhecimento e como ele foi formado. O conhecimento do homem na verdade surge com o aparecimento do próprio homem. Quando há alguns milhares de anos o homem tomou consciência de si, o conhecimento de si e do mundo externo passou a ser.
2- Para Nietzsche o conhecimento do homem flui do viver humano em relação ao mundo externo. Quanto mais vivemos mais conhecemos.
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