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Explicação: Por que música, teatro e dança levam Minas para o mundo
Música criada em Minas rompe as fronteiras do Brasil, enquanto Corpo e Galpão conquistam respeito para a dança e o teatro do país no exterior
ÂFÂngela Faria MPMariana Peixoto
postado em 15/06/2018 06:35 / atualizado em 14/06/2018 19:40
(foto: Divulgação)
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Três grandes momentos marcarom a Sony Music.
Maria Maria, parceria do Corpo com Milton Nascimento e Fernando Brant (foto: Arquivo EM/D.A Press)
Maria Maria, parceria do Corpo com Milton Nascimento Fernando Brant
(foto: Arquivo EM/D.A Press)
“A gente não quer deixar Belo Horizonte. Aqui a gente tem estúdio, uma certa tranquilidade”, afirmou Samuel, em fevereiro cinco anos depois, o grupo permanece na cidade, assim como outras bandas da geração 90 – Pato Fu, Jota Quest e Tianastácia.
Ainda que sejam esses os três grandes momentos da produção da música popular de Minas, há outros de muita relevância. Em 1958, Pacífico Mascarenhas lançou o LP Um passeio musical, o primeiro disco independente do Brasil. “Era tudo por minha conta: traslado Belo Horizonte-Rio de Janeiro, aluguel de estúdio, despesas de hotel e produção de 1 mil LPs”, contou ele ao EM, em 2013.
Mascarenhas, nunca é demais lembrar, foi o criador, na década de 1960, do projeto Sambacana, responsável pelo lançamento da carreira de
Milton Nascimento, Joyce, Toninho Horta, Eumir Deodato e Wagner Tiso. Está entre os compositores que mais escreveram sobre BH, tal como Gervásio Horta, coautor, com Celso Garcia, de Subir Bahia descer Floresta.
Há pouco mais de 20 anos, Gervásio tomou emprestado os versos de Rômulo Paes (registrados no samba A vida é esta) para homenagear este compositor mineiro, que havia acabado de ganhar um monumento na Rua da Bahia. “Uns atribuem a frase ‘Minha vida é essa, subir Bahia, descer Floresta’ a um lamento de Noel Rosa (que tratou de tuberculose na cidade em 1935). Outros dizem que ela é de Cyro dos Anjos. Quem é o autor? É o Rômulo, pois quem registra é o dono”, resume Gervásio.
Teatro ‘ocupa’ as ruas de BH
Em setembro, o Festival Internacional de Teatro (FIT) chega à 14ª edição. Desde 1990, a celebração das artes cênicas mobiliza BH. Artistas transformam ruas, praças e parques em palco. Já faz parte da memória da cidade o cortejo pela Avenida Afonso Pena, em 1994, dos “homens azuis” do grupo francês Générik Vapeur, que retornou à capital em 1997 e 2014. “Foi um encontro explosivo”, revelou o ator Bernard Llopis ao EM.
Bem antes do FIT, o Grupo Galpão, criado em 1982 e pioneiro do festival, já havia seduzido plateias – debaixo de sol, lua ou chuva – para curtir Shakespeare, Carlo Goldoni, Italo Calvino e Molière. A proposta daqueles jovens mineiros era levar teatro para o povo. E levaram mesmo, inclusive em outros países. Arrasaram no Globe Theatre londrino, meca shakespeariana.
Assim como o Galpão, muita gente deu duro para formar público em BH. Nos anos 1950, o pioneiro professor João Ceschiatti instigava a paixão dos jovens pelo palco. Em 1956, surgiu o Teatro Universitário (TU) na antiga Universidade de Minas Gerais (hoje UFMG). Do grupo Teatro Experimental participavam os atores (e agitadores culturais) Jota Dangelo e Carlos Kroeber. Os mestres Haydée Bittencourt, Paula Lima, Klauss Vianna e João Etienne Filho formaram vários talentos. Entre eles, Eid Ribeiro, Jonas Bloch, Wilma Henriques e Priscila Freire.
O teatro mineiro enfrentou a ditadura militar. O EM foi testemunha dessa resistência: Pedro Paulo Cava, dirigindo textos de Brecht e Jaroslav Hasek; o vanguardista Ronaldo Brandão “balançando o coreto” da tradicional família mineira com suas montagens de Brecht, Nelson Rodrigues e Camus. Era um teatro feito “na raça”: nos anos 1970, peças de Jota Dangelo se inspiravam em Jesus Cristo e Tiradentes para falar de opressão e tortura. Criado pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Terezinha Veloso e Madu, o Giramundo inov