• Matéria: História
  • Autor: 666ANINHA
  • Perguntado 4 anos atrás

Como era a condição de vida dos trabalhadores escravizados nas Américas e dos trabalhadores “livres” na Europa?​

Respostas

respondido por: BLUEsenpai
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Resposta:

RESUMO

1. OS TRABALHADORES NACIONAIS NAS FAZENDAS DE CAFÉ

Aqueles que não eram proprietários eram admitidos nas fazendas como agregados, tinham acesso a terras marginais, onde podiam plantar para sua subsistência. Em troca, eles desempenhavam diversas atividades, ligadas à produção, administração, supervisão e proteção das fazendas. Os nacionais podiam também ser empregados como camaradas, trabalhadores independentes, contratados por empreitada, locação de serviços ou diaristas. Além dos trabalhos na produção e cultivo do café, podiam derrubar matas e limpar o terreno para o plantio, construir e conservar os caminhos e estradas, cuidar do transporte local do produto, ajudar em época de colheita, cultivar gêneros de subsistência para a fazenda. Esses trabalhadores e suas famílias constituíam um potencial significativo de mão-de-obra que era recrutada nos momentos de pico do trabalho, para atividades que colocassem em risco a vida dos escravos ou que não eram do interesse dos imigrantes.

Em 1856, a colônia Boa Vista de Benedito Antônio de Camargo, em Rio Claro, empregava 42 brasileiros num total de 228 colonos. Camargo tinha começado sua colônia apenas com imigrantes portugueses, mas em 1857 deu início ao engajamento de famílias brasileiras, garantindo-lhes um lote de terra para o plantio de gêneros de subsistência. Em troca, as famílias deviam cuidar dos pés de café (carpir) e ajudar na colheita.7 Em 1855, as colônias de Souza Queiróz, em Limeira, possuíam 87 brasileiros e em 1857 chegaram a 305 brasileiros num total de 625 colonos. Souza Queiróz adotava contratos de parceria e de locação de serviços.8 Ao final da década de 1870, nas fazendas São Gerônimo e Cresciúmal, propriedades do Barão de Souza Queiróz em Limeira e Pirassununga, havia 688 trabalhadores livres, incluindo 339 brasileiros; na colônia Santa Bárbara, também propriedade do Barão em Limeira, havia 304 trabalhadores livres, dentre os quais 250 brasileiros.9

A partir de meados da década de 1870, há claramente um aumento do número de brasileiros empregados nas fazendas. Além da aprovação da Lei do Ventre Livre em 1871, que instaurou o processo de emancipação gradual dos escravos e tornou mais premente a busca de alternativas ao trabalho escravo, o dinamismo que a expansão cafeeira imprimia à economia de São Paulo e a ampliação da fronteira atraíam pessoas de várias regiões do País para a província.

À medida que se adentra na região de fronteira – São Carlos, Araraquara, Ribeirão Preto e outras –, a presença do brasileiro, especialmente do migrante, fica ainda mais marcante. Os migrantes ocupavam-se das mais diversas atividades na derrubada das matas, na formação dos cafezais, na colheita, na cultura de subsistência, no transporte dos gêneros, na conservação e manutenção das estradas, na construção civil e em várias atividades urbanas. Ao lado dos migrantes que se estabeleciam, havia os migrantes de passagem, seja por ocuparem profissões que os obrigavam a estar em trânsito, como cocheiros, tropeiros e carroceiros, seja por estarem em busca de outras terras, na fronteira. Enquanto não partiam também desempenhavam tarefas, por empreitada, por exemplo.

Durante a maior parte do século XIX, as referências aos trabalhadores brasileiros sempre foram negativas. Eles eram geralmente caracterizados como indolentes e preguiçosos. Há, no entanto, uma mudança no tom das declarações, especialmente as oficiais, a partir das décadas de 1860 e 1870. Em São Paulo, muitos políticos e fazendeiros passaram a sugerir e recomendar os trabalhadores brasileiros, como uma alternativa viável à escravidão. Os brasileiros passaram a ser vistos como mais "à mão", solução mais imediata e mais barata para o problema tão urgente da mão-de-obra. Não se abandonavam os planos de imigração européia, mas achava-se que essa última era uma solução a ser implementada no longo prazo.


BLUEsenpai: Espero ter ajudado :)
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