Respostas
Resposta:
Milhares de habitantes da Guiana Francesa, território ultramarino da França que faz fronteira com o norte do Brasil, se mobilizam desde a última semana em greves e protestos para exigir que o governo francês aja para resolver os problemas do território, que tem altas taxas de desemprego e de criminalidade.
Um coletivo chamado 500 Irmãos, cujos membros se apresentam de preto e balaclava, tem liderado os protestos, que levaram 15 mil pessoas às ruas de Caiena, capital da Guiana Francesa, na terça-feira (28/03). A greve geral iniciada na segunda-feira (27/03), à qual aderiram 37 sindicatos do território, provocou o fechamento de comércio, escolas e do aeroporto da capital. A paralisação também afetou o centro espacial do território, operado pela França e pela Agência Espacial Europeia, atrasando o lançamento do foguete Ariane 5, que colocaria dois satélites, um brasileiro e um sul-coreano, em órbita.
Os ministros franceses do Interior, Matthias Fekl, e de Territórios Ultramarinos, Ericka Bareigts, chegaram ao território ontem à noite e tiveram nesta quinta-feira (30/03) uma reunião com representantes de movimentos populares do território em Caiane.
Fekl e Bareigts se reuniram com 20 representantes da sociedade civil da Guiana Francesa, entre eles membros do coletivo 500 Irmãos, na prefeitura de Caiane. Os representantes exigiram a presença da imprensa na reunião, enquanto centenas de manifestantes aguardavam diante da sede do município sob a chuva
Explicação:
"A luta está apenas começando”, disse na quarta-feira (30/03) Mickaël Mansé, membro dos 500 irmãos. Independentemente do governo que seja eleito no pleito presidencial francês de 23 de abril, “eles nos devem a infraestrutura, como todos os outros departamentos franceses”, disse Mansé.
O território, que tem uma população de 250 mil habitantes, foi colonizado pela França no século 17, tornando-se uma colônia de escravos, depois uma colônia penal e hoje um território ultramarino francês, assim como as ilhas caribenhas de Martinica e Guadalupe.
Os habitantes da Guiana Francesa têm exigido nos últimos dias que Paris atue para solucionar os problemas do desemprego, que afeta 22% da população e quase 50% dos jovens, da falta de infraestrutura básica, já que 30% da população não tem eletricidade ou água potável em suas casas, e das altas taxas de criminalidade, da falta de serviço de saúde adequado e do alto custo de vida no território.
Na quarta-feira (29/03), o primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, autorizou a criação de um Tribunal Superior e a construção de uma prisão em Saint-Laurent du Maroni, a segunda cidade do território, para tratar da criminalidade e da superlotação das prisões na Guiana Francesa, enquanto a ministra Bareigts e a ministra da Saúde, Marisol Touraine, anunciaram um pacote de ajuda ao serviço de saúde de Caiena no valor de 20 milhões de euros.
Os protestos no território ultramarino têm trazido a Guiana Francesa para o debate pré-eleição presidencial na França. Marine Le Pen, candidata da ultradireitista Frente Nacional, acusou o atual presidente, François Hollande, de “fechar os olhos” para a região, enquanto François Fillon, candidato da legenda direitista Os Republicanos, afirmou que a crise na Guiana Francesa são “consequência do fracasso das políticas” do presidente.
Jean-Luc Mélenchon, candidato da frente de esquerda França Insubmissa, defendeu um melhor acesso aos serviços de saúde e educação no território ultramarino em um comício realizado em Rennes no domingo.
Emmanuel Macron, candidato da centrista En Marche, foi alvo de críticas ao se referir à Guiana como “ilha”, ignorando que o território é parte da América do Sul e faz fronteira com Brasil e Suriname. “Isso que tem ocorrido na Guiana há vários dias é grave. Minha primeira palavra é de um apelo à calma, porque bloquear pistas de um aeroporto, bloquear as decolagens e bloquear até mesmo o funcionamento da ilha não pode ser uma resposta para a situação”, disse o favorito nas pesquisas de intenção eleitoral no domingo
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Explicação:Milhares de habitantes da Guiana Francesa, território ultramarino da França que faz fronteira com o norte do Brasil, se mobilizam desde a última semana em greves e protestos para exigir que o governo francês aja para resolver os problemas do território, que tem altas taxas de desemprego e de criminalidade.
Um coletivo chamado 500 Irmãos, cujos membros se apresentam de preto e balaclava, tem liderado os protestos, que levaram 15 mil pessoas às ruas de Caiena, capital da Guiana Francesa, na terça-feira (28/03). A greve geral iniciada na segunda-feira (27/03), à qual aderiram 37 sindicatos do território, provocou o fechamento de comércio, escolas e do aeroporto da capital. A paralisação também afetou o centro espacial do território, operado pela França e pela Agência Espacial Europeia, atrasando o lançamento do foguete Ariane 5, que colocaria dois satélites, um brasileiro e um sul-coreano, em órbita.
Os ministros franceses do Interior, Matthias Fekl, e de Territórios Ultramarinos, Ericka Bareigts, chegaram ao território ontem à noite e tiveram nesta quinta-feira (30/03) uma reunião com representantes de movimentos populares do território em Caiane.
Fekl e Bareigts se reuniram com 20 representantes da sociedade civil da Guiana Francesa, entre eles membros do coletivo 500 Irmãos, na prefeitura de Caiane. Os representantes exigiram a presença da imprensa na reunião, enquanto centenas de manifestantes aguardavam diante da sede do município sob a chuva