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Resposta:A startup de Recife (PE) Salvus desenvolve soluções tecnológicas inovadoras na área de saúde. Uma delas é um hardware, uma espécie de sensor digital, acoplado ao cilindro para fazer a medição dos níveis de oxigênio hospitalar utilizados por pacientes, seja em hospitais ou homecares, que são estruturas médicas montadas em residências.
A inovação, segundo Caio César, fundador da startup recifense, reduziu em 30% as perdas com uso de oxigênio hospitalar a partir das medições feitas com sete pacientes desde novembro do ano passado na capital pernambucana. Mas para a inovação se tornar realidade, a startup Salvus utilizou a estrutura de um centro privado de inovação tecnológica chamado CESAR, que há vinte anos desenvolve soluções tecnológicas em diferentes setores como o de saúde.
Este centro privado de inovação tecnológica, CESAR, é uma das 42 entidades vinculadas à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, Embrapii, que é uma organização social que recebe recursos públicos e os transfere a projetos inovadores na área de tecnologia.
Para a startup Salvus a Embrapii destinou R$ 500 mil e, com os recursos e a estrutura física e de profissionais do centro CESAR, o resultado tornou-se palpável. Com o sensor de medição de oxigênio hospitalar, a empresa criou quatro patentes e agora busca financiamento no mercado para industrializar o produto.
“Agora é só ir para a larga escala, agora é possível produzir mil, dois mil, três mil unidades. Então, antes, quando a gente tinha um protótipo, a gente não poderia, porque era muito artesanal. Depois do projeto, que foi impulsionado pelo CESAR/Embrapii, a gente conseguiu levar ele para um estágio de um protótipo de engenharia capaz de ir para uma produção de larga escala”.
Novos projetos
E para ajudar, empresas como a de Caio, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações liberou R$ 8 milhões para Internet das Coisas e Manufatura 4.0. O valor, sob a coordenação da Embrapii, faz parte do primeiro ciclo de liberação de recursos captados juntos às empresas beneficiadas pela Lei de Informática e serão de grande importância para impulsionamento do Setor.
O presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, explicou que como captação foi por meio da Lei da Informática é concedida isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o segmento industrial que investir em pesquisa e desenvolvimento.
Para colocar em prática os projetos das empresas, a Embrapii selecionou 19 entidades, das 42 credenciadas junto a ela, para receber as propostas. Jorge Guimarães, afirmou que a empresa pode apresentar a proposta diretamente para cada uma dessas 19 entidades.
Com a proposta apresentada e selecionada, a Embrapii entra com 33% dos recursos, a empresa selecionada com até 50% e a entidade que vai ajudar no desenvolvimento do projeto com 17% dos recursos, que podem ser capital ou infraestrutura como equipamentos, laboratórios e equipe técnica.
“Vamos dar um exemplo: fazer um robô. Nós temos várias unidades que são capazes de desenvolver esse robô. A empresa escolhe qual unidade que quer. Essa unidade já está credenciada por nós e já tem disponível o recurso que vai custar esse projeto com aquela empresa”, disse.
Segundo Jorge Guimarães, a Embrapii investiu nos últimos cinco anos mais de R$ 400 milhões de recursos públicos em 740 projetos, sendo que 33% deles já foram finalizados e geraram 187 patentes, chegando no total de R$ 1,2 bilhão de investimentos no setor de pesquisa e desenvolvimento considerando as contrapartidas das empresas participantes.