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Segundo a literatura histórica, os antigos “Canoeiro” da bacia do Rio Tocantins, povo de língua tupi, preferiam a morte a se render ao inimigo e assim ficaram famosos como o povo que mais resistiu ao colonizador no Brasil Central, recusando-se terminantemente a estabelecer qualquer contato pacífico. Desde o início do século 19, após embates e fuga dos colonizadores, parte do grupo que vivia nas cabeceiras do Rio Tocantins se dirigiu à região do médio Rio Araguaia, onde passou a disputar o mesmo território com os Karajá e Javaé, que habitavam a região há séculos. Com a separação dos Avá-canoeiro há cerca de 170 anos, os dois grupos – do Rio Araguaia e do Rio Tocantins – passaram a ter uma história distinta, tendo em comum apenas a vivência do genocídio. Um grupo de 10 sobreviventes foi capturado por uma violenta Frente de Atração da FUNAI no médio Araguaia em 1973 e 1974, enquanto 4 pessoas do alto Rio Tocantins, bastante fragilizadas, procuraram estabelecer o contato em 1983 com moradores regionais. Atualmente, o grupo do Tocantins vive em opressão sob a tutela de um convênio indenizatório entre FUNAI e FURNAS, enquanto o grupo do Araguaia vive disperso em aldeias karajá e javaé, embora esteja à frente de um notável processo de resiliência, afirmação étnica e retomada de parte do território tradicional.
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