• Matéria: Direito
  • Autor: lorenzapereiraprs
  • Perguntado 5 anos atrás

A mudança dos maus hábitos de vida está relacionada com a disposição à mudança que o indivíduo apresenta. O atendimento em Unidades Básicas de Saúde permite que se realize um acompanhamento ao longo do tempo com os pacientes. Sendo assim, ao verificar a existência de problemas relacionados ao consumo abusivo de substâncias, como álcool e outras drogas, o profissional, conhecendo seu paciente e seus hábitos diários, tem a capacidade de perceber em qual dos estágios de mudança que esse se encontra, bem como direcionar qual o melhor tipo de atendimento, intervenção ou encaminhamento que ele precisa.

Você, enfermeiro, faz parte de uma equipe de saúde de uma Unidade Básica e é procurado por um de seus pacientes, o senhor João, que se separou de sua esposa recentemente após 15 anos de casamento, cujo atendimento pode ser observado na imagem a seguir:

Descrição da imagem não disponível

Mediante o resultado do teste AUDIT, responda:

1. Dos estágios de mudança, em qual deles o senhor João está classificado? E quais os pontos principais relacionados a esse estágio?

2. Sendo o senhor João classificado na Zona III de nível de uso de álcool pelo teste AUDIT, qual a ação que deverá ser realizada por você? E quais os princípios básicos que são utilizados para seu desenvolvimento?

Respostas

respondido por: js6443992
4

Resposta:

mandar a foto pra ficar melhor


lorenzapereiraprs: tem como mandar foto aqui ?
respondido por: elenirtalin
4

Resposta: Pré- contemplação

Explicação:

1. Consideração que o senhor João é capaz de perceber que houve modificação no padrão de seu consumo de álcool após sua separação, porém não possui intenção atual de modificá-lo, pois não crê que esteja se prejudicando, pode-se verificar que ele se encontra no estágio de mudança de pré-contemplação. Nesse estágio, o paciente ainda não pensa nas possibilidades de mudança e não crê que precisa de ajuda, porém está aberto a receber informações sobre os riscos associados ao se nível de consumo e pensar nas possibilidades de diminuição ou interrupção de uso, sendo importante que o profissional explique as implicações de não pensar nas modificações de hábitos, o que auxiliará o paciente a ter consciência do problema e começar a considerar as possibilidades de alteração de seus padrões.

2. Os pacientes classificados em Zona III do teste AUDIT são aqueles que precisam de ações de Intervenção Breve e monitoramento. A técnica de Intervenção Breve deve ser estruturada, focalizada e objetiva, de forma que o paciente tenha autonomia e sinta-se capaz de assumir a iniciativa e a responsabilidade acerca de suas escolhas. Além da utilização de um conceito teórico para sua aplicação, a Intervenção Breve objetiva a criação de um ambiente de apoio para o paciente em todas as fases da mudança que permeiam a modificação de maus hábitos. Os princípios da técnica são baseados na sigla FRAMES, que advém das palavras de língua inglesa dos seis passos que a compõe, sendo esses:

F (feedback – que significa devolutiva)      

Esse é o primeiro passo a ser realizado após a avaliação do consumo. No caso, após a aplicação do teste AUDIT. Nesse estágio, normalmente mais aceitável pelos pacientes que estão em fase de pré-contemplação, o profissional deve aproveitar para introduzir o assunto informando sobre os riscos relacionados ao seu padrão de consumo. No exemplo do senhor João, ele referiu aumento de dor estomacal, sendo ele previamente diagnosticado e tratado para gastrite. Cabe ao profissional informar que o aumento de dor poderá estar associado ao aumento de consumo de bebidas, e que, na permanência desse hábito, poderá vir a acarretar a ocorrência de uma úlcera gástrica, por exemplo.

R (responsability – que significa responsabilidade)  

Essa é a segunda etapa a ser seguida na técnica de Intervenção Breve. Nela ocorre a combinação, entre profissional e paciente, das metas que serão definidas para a redução do uso ou para a abstinência. Nesse momento, a função do profissional é de alertar e ajudar, permitindo ao paciente ter o controle sobre o seu comportamento e as consequências dele, ou seja, o profissional deverá indicar que o paciente é o sujeito mais importante da ação, de forma que ele perceba que depende dele a mudança.

A (advice – que significa conselho e, no caso, aconselhamento)    

No terceiro passo, ocorre o aconselhamento do profissional para o paciente, onde serão dadas informações claras e objetivas sobre os futuros riscos da manutenção do comportamento atual. Isso é utilizado para que o paciente tenha percepção dos riscos e mais motivos para impulsionar a mudança.

M (menu of options – que significa menu de opções)  

O menu de opções vem a seguir, onde são estabelecidas as estratégias práticas para a modificação do comportamento atual. Nessa etapa, o profissional, juntamente com o paciente, identifica as situações de risco que podem ser modificadas, como: onde ocorre o uso, com quem, quais sentimentos ou situações emocionais em que o uso ocorre ou que o motivam. A partir dessa identificação, o profissional realizará a orientação das estratégias que poderão ser utilizadas para evitar ou lidar com as situações de risco.

E (empathy – que significa empatia)

Como o próprio significado da palavra diz (empatia: colocar-se no lugar do outro de forma a entender o comportamento do outro), o profissional deverá ter um comportamento que se mostre disposto a ouvi-lo, entender seus problemas, motivações e dificuldades de mudança, e não um comportamento agressivo ou de confronto.

S (self-efficacy – que significa autoeficácia)  

O sexto passo diz respeito ao aumento da motivação do paciente à mudança. Nessa etapa, o profissional passa a encorajar o paciente para que ele confie nos seus próprios recursos de enfrentamento, ponderando os prós e contras da mudança ou manutenção dos hábitos.

 

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