• Matéria: História
  • Autor: thassylacris123
  • Perguntado 4 anos atrás

Sabendo do resultado final da primeira Guerra Mundial. Este cartaz mostrou-se eficaz ao solicitar o "esforço da Guerra" aos Ingleses? justifique:​

Anexos:

Respostas

respondido por: lucasziegler61
1

Resposta:

Não seguimos, no texto que segue, uma sequência cronológica (existem inúmeras obras sobre a

Segunda Guerra Mundial que assim o fazem, várias incluídas na bibliografia ao final deste

trabalho), mas uma sequência de problemas históricos e historiográficos levantados pelo maior

conflito bélico de todos os tempos. Diversos autores postularam a hipótese de que o mundo

padeceu, no século XX, uma “Segunda Guerra dos Trinta Anos”, entre 1914 e 1945: “Foram 31

anos, de agosto de 1914 a agosto de 1945. Ainda lhes chamamos, tradicionalmente, Primeira

Guerra Mundial (1914-1918) e Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas os futuros historiadores

irão fundir os dois conflitos num só... A Guerra dos Trinta Anos do século XX, tal como a do século

XVII na Alemanha, não desfrutou de grandes intervalos de paz”.1

Eric J. Hobsbawm chamou de

“era da catastrofe”, e de “guerra de 31 anos”, o período histórico compreendido entre 1914 e

1945, cuja nota dominante teria sido a crise da sociedade liberal/imperial precedente.2

Nessa interpretação, a Segunda Guerra Mundial teria sido, essencialmente, a continuidade da

Primeira, envolvendo principalmente as potências europeias, com motivos e protagonistas

basicamente semelhantes (inclusive nas suas alianças internacionais, exeção feita da Itália), com

uma breve trégua entre ambas, uma espécie de “paz armada” no entre guerras, pontuada pela

“grande depressão” econômica da década de 1930. Tratou-se, porém, para além dos elementos

de continuidade, de conflitos de caráter diverso, qualitativamente diferentes, diferença

caracterizada, justamente, pela depressão econômica mundial que precedeu a Segunda Guerra

Mundial, e pela existência (sobrevivência) da URSS, incluído seu fortalecimento econômico e

militar na década de 1930. A Segunda Guerra Mundial não decorreu “naturalmente” da Primeira:

foi, ao contrário, perfeitamente evitável. A prática de massacres em massa, elemento mais visível

de continuidade entre ambos conflitos, foi, na Segunda Guerra Mundial, dirigida principalmente

contra a população civil (o que não foi o caso na Primeira), em especial na Europa.

Segundo Trotsky, em texto de meados de 1940: “A guerra mundial é a continuação da última

guerra. Mas continuação não significa repetição. Como regra geral, uma continuação significa um

desenvolvimento, um aprofundamento, uma acentuação”. Na Enciclopedia Storica de Massimo

Salvadori aponta-se o caráter mais “ideológico” (democracia vs. fascismo) da Segunda Guerra

Mundial em relação à Primeira. Quanto ao caráter da guerra, afirma-se: “Bombardeios maciços,

frequentemente de natureza terrorista, foram realizados sobre um grande número de cidades,

muitas das quais foram totalmente arrasadas, causando imensos estragos, provocando

sofrimentos desumanos e destruindo para sempre grande parte da herança histórica [da

humanidade]” (grifos nossos).3

Não se poderia descrever melhor, sinteticamente, a barbárie em

ação. A Segunda Guerra Mundial foi, antes do mais, um retrocesso histórico da humanidade em

seu conjunto. Há outra diferença importante entre os dois conflitos mundiais. A Revolução de

Outubro de 1917 foi o acontecimento mais importante da Primeira Guerra Mundial, e o principal

fator que precipitou seu fim.

1

Charles Van Doren. Uma Breve História do Conhecimento. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2012, p. 331. Henri

Michel negou que a Segunda Guerra Mundial fosse a “revanche” (uma espécie de segundo turno) ou a

continuidade da Primeira, mas limitou as diferenças entre ambas à “extensão” (geográfica) da guerra, e à

“totalidade” dos recursos postos em jogo: os principais países envolvidos dedicaram toda sua capacidade

econômica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos

civis e militares (La Seconda Guerra Mondiale. Roma, Newton & Compton, 1995).

2

Eric J. Hobsbawm. Era dos Extremos. O breve século XX 1914-1991. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

3 Massimo Salvadori (ed). Seconda Guerra Mondiale. Enciclopedia Storica. Bolonha, Zanicheli, 2000, p. 1071.

4

Países em guerra 1939-1945

No caso da Segunda Guerra Mundial, a revolução social a precedeu, na Espanha e na França, mas

ela fracassou: se tivesse sido vitoriosa em um desses países, ou nos dois, todo o panorama

político europeu e, até certo ponto, mundial, teria mudado por completo. Tentamos apresentar,

nas páginas que seguem, uma visão da guerra, e da crise que a precedeu, incluindo não apenas

suas realidades, mas também as virtualidades que aquelas abriram, dentro de um trabalho de

síntese-resumo.

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1. UM MASSACRE SEM PRECEDENTES

Na Segunda Guerra Mundial houve sessenta milhões derécia, ou nas

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