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Resposta:
Santo Agostinho afirmava que a fé nos fazia crer em coisas que nem sempre entendemos pela razão. A fé ilumina os caminhos da razão e a compreensão nos confirma a crença posteriormente. O que significa que a fé revela verdades ao ser humano, de forma direta e intuitiva. Depois vem a razão, desenvolvendo e esclarecendo aquilo que a fé já antecipou. Para ele, há a precedência da fé para a razão.
Explicação:
agora a parte de concorda é tua ツ
espero ter ajudado!
Quando Agostinho fala de fé, está menos preocupado em expor o status epistêmico desta do que em enfatizar sua natureza como uma virtude gratuita, uma daquelas da tríade paulina fé, esperança e caridade, infundidas em nós por Deus.
Agostinho está distante do fideísmo, aquela concepção que diz que a fé elimina a inteligência. Para ele, a fé estimula e promove a inteligência. O “Creio porque é absurdo” de Tertuliano é posição espiritual inteiramente estranha a Agostinho.
Neste sentido, Agostinho assemelha-se mais a polemistas do quilate de Clemente de Alexandria (polemista) – 150-215: valorizam enormemente a razão e a filosofia, tentando a uma compreensão subordinada à fé revelada, critério supremo da verdade. Clemente é o fundador do que se pode chamar de teologia especulativa: defender e aprofundar a fé com o auxílio da filosofia. Busca, assim, harmonizar a fé (pistis) com o conhecimento (gnose), sendo a fé o principio e o fundamento da filosofia. Acrescida à fé, a filosofia não deixa a verdade mais forte, mas enfraquece os ataques dos inimigos da verdade. A filosofia, assim, serve como escudo.
A fé que busca a compreensão e o creio para entender são pontos fixos da obra de Agostinho. Para ele, só se entra na verdade pela caridade (o conhecimento não se dá sem amor).
A fé no mundo hebraico antigo (de onde saiu o cristianismo) era uma forma de compreensão, um modo de vida que se deve entender que Deus é a régua final do bem e do mal, que eu sou um nada diante de Deus. É o que dizem os livros da sabedoria israelita antiga, fundamentais no dialogo que viria a ocorrer com a filosofia grega:
- ancestrais sabem mais do que nós
- eu sou um nada diante de Deus. Tudo é vaidade
- eu não sou aquele que diz o que é certo e errado
- passando por tudo isso, talvez eu tenha um conhecimento mais profundo do que é Deus.
O mundo grego é um mundo encantado com a capacidade humana (em todos os pontos), enquanto o mundo hebraico é um mundo encantado por Deus e pela relação humana com Ele e suas transformações daí decorrentes. Agostinho será o principal responsável por puxar o melhor dos dois mundos e aprofundá-los como nunca antes.
Antes disto, é curioso notar que Agostinho passou pela seita maniqueísta, que pregava um dualismo entre Bem e Mal. Nesse dualismo extremo, os maniqueístas chegavam até a não atribuir o pecado à liberdade humana, mas sim ao principio universal do mal que atua também em nós. Os maniqueístas tinham uma forte tendência materialista e dispensavam a necessidade da fé.
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