Quando o ônibus apontou lá na esquina, Maria abaixou o corpo, pegando a sacola que estava no chão entre as suas pernas. O ônibus não estava
cheio, havia lugares. Ela poderia descansar um pouco, cochilar até a hora da descida. Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco,
fazendo um sinal para o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quanto tempo, que
saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. Maria sentou-se na frente. O homem sentou-se a seu lado. Ela se lembrou do passado. Do
homem deitado com ela. Da vida dos dois no barraco. Dos primeiros enjoos. Da barriga enorme que todos diziam de gêmeos, e da alegria dele.
Que bom! Nasceu! Era um menino! E haveria de se tornar um homem. Maria viu, sem olhar, que era o pai de seu filho. Ele continuava o mesmo.
Bonito, grande, o olhar assustado não se fixando em nada e em ninguém. Sentiu uma mágoa imensa. [...]
EVARISTO, C. Maria. In: EVARISTO, C. Olhos d'água.
Rio de Janeiro: Pallas; Fundação Biblioteca Nacional. 2016.p.40.
No trecho, há momentos em que a autora incorpora a voz dos personagens à narração em terceira pessoa, como acontece em
A
"Ele continuava o mesmo".
B
"Sentiu uma mágoa imensa".
С
“Quanto tempo, que saudades!".
D
“Bonito, grande, o olhar assustado [...]".
E
“Da barriga enorme que todos diziam de gêmeos [...]".
Respostas
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Resposta:
eu não tenho certeza, mas se eu fosse responder essa atividade, eu colocaria a letra C (quanto tempo, que saudades), é a que mais faz sentido pra mim, dscpl não poder ajudar mt.
anonimofsa:
obrigada
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1
Resposta:
C) CORRETA.
Explicação:
Em “Quanto tempo, que saudades!”, a narração em terceira pessoa incorpora a voz de Maria, a protagonista, realçando a expressão da emoção da personagem, ainda impactada pelo reencontro com seu ex-companheiro, pai de seu filho.
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