1 - Contato promíscuo com a natureza: nunca a humanidade exerceu tanta pressão sobre os
ambientes naturais como atualmente, agora, combinando costumes locais com economia global.
Animais que portam vírus, bactérias e fungos e que são imunes a eles estão em contato muito
próximo com humanos. Alguns servem de alimento para eles, como a civeta, os morcegos e o
pangolim na China e nas Filipinas. Calcula-se que cerca de um milhão de exemplares de
pangolim sejam retirados de seus ambientes para servirem de caro petisco nos países do
extremo oriente. Daí ser ele a espécie mais ameaçada de extinção do mundo. A esta altura, os
ambientes naturais deveriam ser protegidos das ações humanas destruidoras, mas isto não
acontecerá, e novas epidemias/pandemias migrarão deles para os ambientes humanos. As
origens do vírus ainda não estão devidamente esclarecidas. Como na Peste Negra e na Gripe
Espanhola, busca-se um bode expiatório. Os Estados Unidos atribuem à China a
responsabilidade de deixar escapar um vírus de laboratório. Indo mais adiante na caracterização
do culpado, a China teria liberado o vírus para que ele provocasse uma grande depressão na
economia e ele ganhasse dinheiro no fornecimento de produtos básicos de saúde, como
equipamentos de proteção individual e respiradores. Tudo indica, porém, que o vírus tenha vindo
da natureza.
2 - Grandes concentrações humanas. A contaminação de algumas pessoas favorece a
contaminação de muitas pelas grandes aglomerações humanas. Tudo indica que a atual
pandemia do novo Coronavírus começou numa feira livre de Wuhan, centro industrial da China
com cerca de 10 milhões de habitantes.
3 - Comunicações velozes. As doenças contagiosas têm um período de incubação que pode
durar algum tempo para se manifestar. Numa viagem longa, as pessoas contaminadas podem
manifestar a doença ainda caminhando, montadas a cavalo ou viajando de navio. Agora, com os
velozes aviões, uma pessoa é contaminada na China e manifesta a doença na semana seguinte
nos Estados Unidos, contaminando várias pessoas que, por sua vez, contaminam outras, em
progressão geométrica.
4 - Pobreza: médicos têm aconselhado a auto quarentena para as pessoas contaminadas, mas
fica difícil o auto isolamento em comunidades pobres, onde o isolamento se torna praticamente
impossível. Basta ver o caso das favelas: casas encarapitadas e falta de saneamento básico.
5 - Economia: a economia de mercado, criada pelo ocidente e difundida por todo o planeta cria
condições favoráveis ao surgimento de doenças contagiosas e a sua expansão. Pelo menos a
indústria, o comércio e os serviços necessitam de concentrações humanas para a produção e o
consumo. Mas as concentrações favorecem a disseminação de doenças. A economia de
mercado vive um dilema: cria concentrações humanas que facilitam a eclosão e a propagação
de epidemias. Para combatê-las, as autoridades desaconselham ou proíbem as concentrações,
o que leva a profundas recessões econômicas. É ilustrativo notar que os epicentros da economia
capitalista mundial foram também os epicentros da pandemia. A China, a Europa Ocidental e os
Estados Unidos foram os três pólos. Mas devemos considerar que, nos países periféricos, os
epicentros econômicos também se constituíram no epicentro da virose, como é o caso de São
Paulo.
6 - Envelhecimento: a indústria farmacêutica tem auferido muitos lucros com medicamentos que
prolongam a vida das pessoas, mas não eliminam as fragilidades inerentes ao envelhecimento,
como doenças cardíacas e respiratórias tanto quanto a queda da imunidade. Assim, elas vivem
mais desde que no ambiente não estejam circulando organismos causadores de epidemias.
Observamos que o maior número de óbitos ocorre entre idosos, embora estejam ocorrendo
mortes entre jovens e adultos com menos de 50 anos. O vírus não hesita. Embora seja uma
partícula entre o não-vivo e o vivo, uma entidade sem qualquer laivo de consciência, ele sabe
muito bem como atuar, afetando o organismo humano da cabeça aos pés, e não apenas os
pulmões como inicialmente se pensava. Cientistas e médicos estão aprendendo a conhecer o
vírus, enquanto que este sabe o que fazer quando contamina alguém.
Com base no texto responda as questões solicitadas:
1) No texto, o autor apresenta 6 (seis) aspectos que precisam ser considerados para
compreender a relação entre a Pandemia de Covid-19 e a Globalização. Quais são estes
aspectos?
2) Segundo o autor, qual a relação entre a velocidade de comunicação ( aspecto da globalização)
e a proliferação da doença?
3) Para o autor, como as questões econômicas atuais, são afetadas pelo vírus?
4) Utilizando as reflexões apresentadas neste texto, explique quais as relações entre a
globalização e as pandemias?
Respostas
respondido por:
3
Resposta:
letra b em duas de cada vez
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